segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O dia e eu.

Um dia médio. Inexpressivo como um ator barato que gostaria de deixar a carreira de modelo e fazer novela. É muita medíocridade para um dia só, como se eu houvesse chateado alguém lá em cima e o céu estivesse emburrado comigo, cinza, quente demais pra ficar dentro de casa e frio demais para correr lá fora. Acordei com aquele silêncio que vêm de forma confortável umas quatro vezes ao ano, no limite tênue entre o choro e o riso, não há motivo algum para tristeza tampouco para sorrir demais, é o dia do sorriso amarelo. De certa forma, parece que inconscientemente aguardo esse dia o ano todo, um dia onde vou ouvir músicas antigas, ver fotos da família que está distante, lembrar dos que foram, das pessoas que sinto saudade. Descrevendo assim parece um dia bem depressivo, mas não, eu passo todo o decorrer destas incomuns 24h aguardando que algo extraordinário aconteça, e por extraordinário eu quero deixar bem claro que digo também das pequenas coisas ("adj. Que não é conforme ao costume geral ou ordinário"), ou seja, pode ser até um soco na cara, não significa que vai ser bom... Mas geralmente eu costumo desejar coisas extraordináriamente boas, claro. E escrever pra mim é uma destas coisas, que faço porque gosto e gosto porque gosto oras bolas, e isto é o mais bonito de tudo. Eu também gosto de mulher, artes marciais, instrumentos de percussão, de cozinhar, de mulher, de água quente, de dinheiro, de tecnologia funcional, de mulher, de boas roupas, de medicina, de filmes e várias outras coisas, já falei que eu gosto de mulher? E em contrapartida odeio menta, Milton Nascimento (Eu sei, é paia, mas eu realmente não gosto), de pernilongo, fila, banheiro químico, lag, e quaisquer situações em que sou privado das coisas que gosto, ou que, eu goste secretamente mas por ser ruim, evite. Como dançar forró ou sertanejo. É ridículo, mas eu só aprendi a fazer o giro agora, com 22 anos. Antes disso ficava aquela situação tensa, a expectativa do giro, e depois a frustração que usualmente vem de duas formas, ou porque eu volto a dançar aquele mesmo passo de sempre e não faço giro algum, ou porque eu faço um giro, e erro, sendo portanto obrigado a girar também sobre meu próprio eixo de forma completamente descoordenada e SEMPRE, SEMPRE no sentido contrário.