quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Filhos da Anarquia

Que vontade de escutar o ronco do vento se misturando com o do motor, sentir o calor do couro da jaqueta em um domingo qualquer. Me entendo em um momento em que a liberdade é lobo selvagem que se quer domesticar. Portar uma barba rústica perfeitamente de acordo com o figurino, testosterônico. Algo tão visualmente brutal que obstrui qualquer análise psicológica, crítica, repúdio. Um soco na cara que põe fim a qualquer argumento. Se é verdade que todos precisamos de certa dose de auto-afirmação, que a minha possua vários cavalos de potência, peças personalizadas e companheiros estradeiros.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Casulo Perfeito

Andava eu vacilante pelo vale das sombras, arrepiando diante o sinistro da noite, perdido e com pressa. Eis que me encontraste, e desde então, tu tiveras-te tornado o Norte que sigo, farol de minh'alma, chuva fresca que cresce a relva, salvação diária. Certa feita ouvi que se acaso não souberes aonde desejas ir, de pouco importa o caminho que segues. Porém, existem aqueles momentos em que o urro pela sobrevivência fala mais alto. Aquele momento surpreendente em que consegues superar o invencível, consegues tocar o abismo e desenhar no chão. Estamos demasiadamente enraizados em nossas incertezas e despreparos para o dia de amanhã. Claro! Os dias de hoje são insanos, um vespeiro de sociopatas. É certo que leva tempo do inferno ao céu, contudo, não ando mais trêmulo por aí! Com você corro um pouco todos os dias em busca de uma vida melhor, em busca de sonhos outrora esquecidos. Contigo dou risada, me divirto, me fortaleço. Espero que assim como eu, você tenha alguém como ti, que seja sopro de renovação, conforto eterno, casulo perfeito.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Conecte os pontos, mas forme uma opinião.

Conecte os pontos e forme a figura. 1, 2, 3, 4, 5, veja só, um coelho. Interessante, mas sabia que não era meu. Não existiam impressões minhas naquele coelho, e pior, ele era o mesmo que se esboçava nos cadernos de meus colegas. Alguns por verdade nem sequer conseguiam formar a figura. Eu permanecia ali, observando. Enquanto voltava do trabalho comecei a enxergar de forma diferente todas aquelas linhas pontilhadas no asfalto, 1, 2, 3, 4, 5. Subitamente tudo pareceu sequencial, idêntico. Me dá náuseas ao pensar, que alguém, algo, aquilo ou isso, se criou e se alastrou como um axioma subjetivo ao longo de nossa existência. Temos sido direcionados desde jovens a seguir as linhas pontilhadas, a repetir padrões, perpetuar o sistema. Não existem muitos questionamentos. O sistema se aperfeiçoou de tal forma, que, aquele que se nega a segui-lo, se torna, impreterivelmente, alienado. Ainda hoje me sinto como aquela criança que por vezes faz um ótimo trabalho com o pontilhado, mas que prefere desenho a mão livre. Prefere a imaginação, as criações, as engenhocas. Contudo, neste mundo de linhas pontilhadas, tenho eu que saber dançar sobre as mesmas e, quem sabe, desviar a rota algumas vezes e buscar sequências novas, inusitadas, mesmo nas áreas mais pontilhadas da vida. Quando era novo desenhava um coelho conectando os pontos, com o passar do tempo, desenhava a mão livre, hoje, desenho o coelho ligando as linhas tracejadas, mas, ao fundo, desenho todo um novo universo. Querendo ou não estamos ligados ao sistema, neste jogo. E não fazemos as regras. Existem aqueles, que jogam cegamente, dia após dia, o jogo que lhes foi designado. Alguns, se deixam levar e acabam por jogar o jogo dos outros. Há aquele que cria um próprio jogo, julgando ser o senhor de seu destino, o que cria as próprias regras e joga sozinho, na ignorante esperança que o sistema o deixará em paz. E outros, quem sabe, desenham o coelho sobre a linha tracejada para enganar o linear e construem atrás dele, uma outra visão, algo novo. Tudo tem seu preço. Você não ganha do sistema, você barganha com ele.

sábado, 10 de setembro de 2011

Life goes on

Ando escrevendo a vida, mudo, assustado com o turbilhão em que tudo se condensa e se expande. Só me resta orar para que Deus tome conta, mas, sabendo que as coisas acontecem, a vida acontece. E que ela será boa de qualquer forma, porque isso vêm de Deus e um pouco de mim, já que eu sou um pouco dele.

sábado, 7 de maio de 2011

Ourselves

Que grande mistério somos, ambos, encarcerando tal gama de sentimentos, de todas as sortes, em um único recipiente, o nosso. Somos um vasilhame sem fundo e sem tampa, cabe a nós nos preenchermos com extrema cautela, para que tenhamos as porções boas que criamos sempre a alcançe das mãos, na superfície, quem sabe para tirarmos eventualmente um sorriso da manga, um afago. Quanto aos desencontros, as desavenças, que os deixemos sempre de fora, pois é sabido que uma única laranja podre pode contaminar toda uma bela cesta. Imperfeitos e feitos um para o outro, somos agora, o que é e o que está por vir. Somos este extravagante vasilhame, repleto de cores, o qual de ti puxou a beleza e de mim qualquer coisa que seja. Gostaria eu de acrescentar todos os dias um pouco mais de você, meu tempero, minha música, porém, com você sempre vai um pouco de mim. Fazemos parte de uma inusitada sinestesia. Um pote, onde colocamos primeiro o amor, seguro de si, mas preso ao mais frágil dos cofres, nós.

sábado, 19 de março de 2011

Venho lhe contar as boas novas, agreguei à solenidade um balde de surpreendentes novidades, as quais tem dividido meu tempo entre viver e compreender. O último mês de minha vida é hoje um forte concorrente para melhor filme, melhor roteiro e quem sabe até melhores efeitos especiais (principalmente a chuva). Com seu gracejo supersônico me rodopiou três vezes antes que eu se quer caísse em terra firme e percebesse as nuances do que está acontecendo entre nós dois. Ando carregando esta insolente certeza de que tudo está se encaminhando para um inexorável final feliz. Vivendo doravante sob o conceito do único, do insubstituível, do incondicional. Pisando em ovos, para não quebrar a confiança, a compreensão e o carinho. Adoro particularmente suas caras e bocas, todas elas, do ápice de charme e elegância até o bico de criança pidona. Fico boquiaberto com seu estilo menina-mulher, a irreverência e o inesperado. Pra quem gosta de personalidade forte é um prato cheio, você mesma possuí umas três delas, e eu as adoro, todas elas, não abro mão de nenhuma. Foi gostoso te conhecer pela segunda, mas, primeira vez. Tenho me esbaldado no que parece ser o trailer de uma obra-prima, daquelas que lembraremos um dia e nos orgulharemos de não acrescentar nem remover coisa alguma, porquanto será, em si, de fato, inesquecível. That's my promisse, and my heart, for you.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Life's a puzzle

O ser humano está sempre em busca de algo. Esse é um ponto que nos une de maneira dogmática, a despeito de nossas diferenças sempre almejamos esta ou aquela coisa. Muitos de nossos desejos são modelos impregnados por gerações sobre o que é bom, o que é certo, todavia, possuímos auspícios próprios edulcorados por nossa personalidade, psiqué, psicoses. Essa é uma das maravilhas de SER, a expressão máxima de nossa individualidade. Existem aqueles que buscam luxo e os que buscam simplicidade, os que buscam poder e os que buscam tranquilidade, todos estes vivendo de acordo com suas próprias regras e algumas outras impostas moral ou legalmente. Quando me pego analisando meus próprios planos percebo que planejei demasiadamente, talvez muito para os anos que me restam. Me confundo com aquilo que para mim ainda é incerto e me surpreendo com a certeza de certas vontades, com a consistência de alguns planos. Em uma análise mais profunda percebi que o plano para viver de forma simples geralmente percorre os caminhos mais complexos, e hoje, passo os meus dias flertando com meus sonhos, piscando para meu futuro. E não lhe incluirei em meus planos, já que você, tornou-se parte indispensável de meu futuro. Os meus planos que se adaptem a você, oras bolas.