terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O bom filho a casa torna

O que realmente importa? Estive tempos sem escrever qualquer coisa que fosse, por falta do que falar. Penso que foi tempo de ouvir, analisar, procurar discernimento e entendimento do que vem acontecendo. Acho que o tempo por muitas vezes é desajustado, negligente com a vida. Esse é o porque de entendermos fatos que nos ocorreram apenas minutos, horas, anos depois de que eles ocorreram. Não haveria problema algum se pudéssemos voltar, ter uma segunda chance. Muitas vezes tudo passa tão rápido que simplismente fazemos coisas, arco-reflexo. É uma luta, você treina defender e socar, defender e socar e um dia você defende, e soca, automaticamente. Mas as vezes, você leva um soco no nariz e você não soube reagir apropriadamente. Sai do ringue pensando, porque eu não esquivei? Estou divagando. Então, a pergunta principal, o que realmente importa? esqueçam, eu não sei e se soubesse a resposta não serviria, é muito pessoal :) Eu gostara de saber, mas o tempo, novamente, ou o meu limitado discernimento da amplitude da vida insistem em ganhar esta queda de braço sem fim. O importante hoje é isso, sentir que alguém te ama de verdade. Amanhã eu não sei.

domingo, 8 de novembro de 2009

Mal feito mas extremamente sincero.

Hoje eu falei com minha namorada. Dizendo assim parece fácil, banal, mas a verdade é que hoje foi algo diferente. Hoje eu degustei cada palavra que ela disse, calei pra ouvir a cadência de sua respiração ao telefone, os trejeitos de sua voz. Imaginava se ela sorria ou se fazia aquela cara que eu conheço, se fazia bico quando dizia que me amava. Esse final de semana foi como ir a casa de alguém que tivesse saído, mas era minha própria casa e faltava uma peça, faltava algo, alguém. Vim embora e notei que a falta ainda continuava em algum lugar, talvez em mim; decidi procurar. Mas o que achei era plenitude, era amor, era um sonho, eu estava cheio de você por todas as partes, descobri que seu cheiro nunca me abandonou, nem sua imagem, que a minha pele ainda lembra como é bom um abraço teu, que minha boca saliva só de lembrar dos nossos beijos e que meu coração então, esse sim, nunca foi tão você.

domingo, 25 de outubro de 2009

Long story short

Oi, bom dia!
Molho e pimenta por favor
Mais um?
Um quadrado
Dinner is served
Winner, winner, chicken for dinner.

A hell of a day, dont you think?

;P

domingo, 18 de outubro de 2009

Sumido

Hoje sois mistério;
assunto de banheiro.
Uma surpresa.
A cada dia, um novo encontro.

A cada encontro, o estigma.
Algo estava sumido e foi encontrado;
O privilégio da saudade,
A sombra de um passado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A promessa é uma dívida não paga.

Deve ser a décima vez que vejo essa frase no orkut. Devo não nego, pago quando puder. E meu caso ainda é pior, eu fiz uma dívida e ainda prometi que ia pagar, só aí já são duas dívidas então. Que lógica torta e dispendiosa, como alguém vai se sentir livre novamente depois destes dizeres? Eu prometo nunca mais prometer. Mesmo assim, dup! Acho que não tem como, vou ter que ficar te devendo mesmo... Mas faz assim, quando eu receber eu te pago metade, aí mês que vêm eu dou a outra parte. Pode ser?

No que o homem respondeu: Não! Só recebo a dívida toda, não vem com esse papo de parcelar não, tá pensando que eu sou Casas Bahia?

Mas pai..., reclamei.

Nem mais pai nem menos pai, ele concluiu.

FIM

Exílio

Extirpado do seio da sociedade, a qual servi e honrei inesgotavelmente durante estes anos de minha vida. Há tempos atrás, você me veria, incrívelmente confiante, passos firmes em direção a um futuro correto, com a simplicidade de um plano perfeito, prazos e datas pré-confirmados. Hoje eu vivo em casa, assustado com a velocidade do mundo lá fora, a pressa, os compromissos inadiáveis, limite de caracteres, limite de minutos, limite de participantes, limite de vagas. O meu plano molhou quando choveu e agora está todo borrado, mas mesmo assim vou teimar em seguí-lo, confesso, hesitei. Venho tentando pisar firme em um deserto de areia movediça, todos são irritadiços, tenho medo de acordar alguém. O que fazer quando o espetáculo chega ao fim. Quando a magia vai acabando e o cheiro do trânsito toca novamente nossas vidas? Vejo muitas pessoas correndo, mas pra onde? Vejo pessoas fugindo, de quê? Vejo tudo errado, mas ninguém parece perceber. Acho que ando vendo coisa demais, é melhor tentar fechar meus olhos e dormir e amanhã começarei o dia novamente com auspícios simples, comer, ir, voltar, trabalhar, dormir e esqueçerei os verbos mudar, criar, surgir, desmantelar, acordar.

A arte pela arte

Não me pergunte qual escola preconizava essa premissa, niilistas, dadaístas, cubístas, expressionistas, impressionistas, todos farinha do mesmo saco. Um arquétipo. Pincel na mão, uma tela, um galpão abandonado, contas pra pagar, problemas familiares. Achava muito hipócrita grandes aristocratas, alta burguesia, homens de meias e perucas comprando telas por valores astronômicos. Seria revigorante se aqueles que as pintaram ao menos estivessem vivos para se refestelarem em pasta de amendoím e tintas de todas as sortes e localidades do globo. Enfim, circulei o ponto ao qual queria chegar e errei o caminho, eu vinha dizer como agora resolvi me desprender das amarras capitalistas e produzir a arte pela arte, para emocionar as pessoas, incomodá-las, assustá-las ou provocar qualquer outro tipo de sentimento. Acho que é muito válido, não sei se esta é minha alçada mas de concreto sei que é o meu desejo, e hoje, ele prevalecerá.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Figa online

O tempo passa e cada vez mais me atraio pela utopia do dinheiro fácil. Já joguei 3 vezes na mega e não ganhei ainda, não entendo... A probabilidade é tão pequena que não se trata nem de sorte, mas sim de destino. E é justamente por isso que é totalmente bizarro eu não ter sido sorteado ainda. Me convenço a cada dia que passa que esse é meu destino, só pra poder olhar pra todo mundo e dizer: "RÁ ! Eu falei que eu não queria estudar"! O dinheiro já está comprometido, agora TENHO que ganhar.
Amém

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Estou a venda

É tão complicado escrever quando se tem um emprego, quem dera eu pudesse viver disso, escrever um romance idiota que estourasse as bilheterias, mas só o que consigo é escrever um roteiro de filme para Steven Seagal. O que me deixa nervoso é que eu sou obrigado a assistir e ler cada MERDA que quase me debando para Hollywood para achar quem é o drogado que anda produzindo este tipo de lixo.

O legal de ser escritor é que se tem permissão para ser um porra louca, "sou um artista, tenho meus direitos". A dificuldade é aparecer da primeira vez, porque depois que se é famoso, é mamata, veja Paulo Coelho, se ele escreve "você é um grão de areia", as pessoas dizem Oh! Que profundo. Se eu disesse, eles provavelmente diriam Oh! Vai a merda. Então o segredo é o primeiro estouro, o hit, o jingle.

Se existe vida do outro lado da tela, se realmente existe alguém que lê, começe a ponderar se você pagaria por uma coisa dessas, você que é dona de casa, que está cansada do marido, você que é desempregado e vagabundo como a maioria de meus amigos, escutem o apelo de um homem que gostaria de ganhar dinheiro sem suor, viver na rede, na gordura da sociedade. E quem sabe até comprem meu livro antes mesmo dele sair. Seria fascinante. Obrigado.

Changes

É, meus irmãos, na vida há de se esperar tudo. Você se surpreenderia com a volatilidade do futuro. Ele pode sim ser construído, planejado, mas é um castelo de gelo, é um plano na areia rezando para que não venha a rebentação. O que posso lhes oferecer de bom grado são pequenos conselhos de quem já esteve lá, um veterano de guerra, manco de uma perna e surdo do ouvido direito. Acreditem quando digo, que se hoje você é um ativista que luta pela paz, amanhã você poderá ser um soldado sanguinário, e que isso tudo vai ter ares de muito natural. Que hoje a mulher que te ama, amanhã pode ser a que te odeia. Que até o passado pode mudar no futuro e que não importa, repito, NÃO IMPORTA o que você pense em pretender fazer, não há formas de se prever o futuro. É ridículo. Se você pensa que pode você é tolo, e se você garante que o faz é um imbecil. O importante mesmo é como diria o clichê, aproveitar a jornada, guardar cada grama de um sorriso, cada ml de um beijo, o cheiro que as coisas tem, todos juntos, fotografados, dentro da sua alma. E ter a plenitude de ser quem você é, ter orgulho do que você se tornou. No fim então, te sentirás preparado para tudo, até o dia em que tudo mudará novamente.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

beautiful day ;)

Hoje é dia de comemorar, acender a vela do bolo com um lança-chamas, uma hipérbole. É bom ganhar um descanso, como se jogasse um jogo de tabuleiro e tivesse acabado de tirar uma carta: Sorte -> Você saiu bem na prova de hoje, avançe duas casas. Bons seriados, boa comida, boas notícias, enfim, vivo para dias como este. O que será agora?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Valsa de sentidos no cortejo do amor

Sou eu, o som.
Ouça minha melodia, fiz pra você.
Ouça o tom de minha voz,
minha risada espontânea.
Escute quando digo que te amo,
quando clamo por sua presença.

Já eu, a imagem;
Te mostro a verdade no fundo dos meus olhos.
Lhe apresento os lugares mais fascinantes do mundo,
as sete maravilhas.
E te enxergo como és verdadeiramente,
onde eu sou teu reflexo,
a sua chance de existir para sempre.

Eu me apresento, o cheiro.
Que esconde o teu perfume,
o cheiro de bêbê.
Que de olhos fechados, no silêncio,
se faz perceber.

Por fim, teu prometido, tato
Não há glória em ir ao mar sem molhar os pés,
Em ouvir eu te amo e reprimir o beijo,
Em sentir o almoço e não desfrutá-lo.
Sou eu que na noite dormirá contigo,
que de dia te carregará no colo,
que sentirá tua pele enrrugar-se,
e que morrerá contigo quando não puder te tocar.

Stranger in the night.

Eu sou uma coruja. Um "do contra" incurável. Um desacreditado, nos homens e suas boas intenções, nas grandes ideias que não foram meticulosamente analisadas em busca de plausibilidade. Nem sempre foi assim. Quando somos mais novos somos extremamente persuadidos a comprar as maiores estultícies, e eu confesso, já fui um "maria vai com as outras" inveterado, obsessivo. Com o tempo veio a personalidade e a experiência, de quem foi abraçar e levou um tapa, de quem foi tomar o café e queimou a língua, ou seja, as grandes sacanagens da vida. Percebi que ser uma pessoa boa serve pra nos sentirmos bem com nós mesmos, deitar a cabeça no travesseiro e dormir em paz, mas que nem sempre é o bastante para agradar outras pessoas e muito menos várias pessoas, eu mesmo, me agrado com uma pitada de confronto. O bom de minha condição atual é que consigo antecipar alguns problemas, perceber rachaduras antes que se tornem ruínas, a parte deplorável é que me torno um tanto quanto chato, estraga-prazeres. De qualquer forma ainda perspasso outro problema que tangencia este primeiro: Sou estupidamente otimista comigo mesmo e com as coisas que faço, atitude que já me rendeu as maiores risadas e os piores arranhões. No fim, continuo aqui, uma coruja, olhos estatelados na noite, cabeça girando 360 graus.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Impressão digital

Dizem que os olhos são as janelas da alma, que em um olhar notamos toda a vicissitude que existe em nós. A escrita pode fintar a percepção dos mais descuidados, mas sempre imprime, a exemplo de um pedágio, uma taxa de sinceridade por parte do autor. O que ele é está no papel, edulcorado, para que a contra-inteligência inimiga não se deleite sobre informações privilegiadas. Não obstante, eu igualmente sou e estou nesse papel, que nem ao menos é papel, é um software programado com as melhores e piores intenções possíveis. Posso lhes dizer que hoje se fizesse uma poesia ela estaria ansiosa, atarefada, barbuda e ligeiramente acima do peso. Mas que com certeza amanhã estará alegre, sem barba, gramas mais magra, alinhada na medida do possível. Essa é a maravilha da escrita, eu mudo e ela muda comigo, eu me bagunço e ela não se importa, eu me arrumo e ela me bonifica. São 51 textos pra 51 eu’s diferentes, que trazem consigo uma marca de nascença, a necessidade de dizer, o egocentrismo, e a curiosidade, porque muitas vezes nem eu sei qual é a verdade sobre mim.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Como?

Como parir um poema?
Se sou filho de Adão
Se meu pai é ferreiro
Se não sei escrever.

Como dar voz as palavras?
Se elas são tímidas
Se eu tenho ciúmes
Se não consigo entendê-las.

Como fazer o que gosto?
Se não faço por onde
Se não tenho mentor
Se não sei do que gosto.

Como explicar o que sou?
Se não sei como chamo
Se não sei onde moras
Se tenho vergonha de tudo.

Como digerir este como?
Que me seguiu até aqui
Mesmo tendo escondido as pegadas
E que agora me digeriu.

O tempo

O tempo é uma das melhores sacadas de Deus. Ele é curvo, é relativo, é invisível mas ainda sim é perceptível. O vento também é uma grande sacada mas de uma maneira mais simplória, uma tentativa que não deu muito certo. Nascemos carecas, bangelas, pelados, urinamos e defecamos em nossos amados e em nós mesmos, terrível e fascinante; a beleza é por conta do fato de nascermos em miniatura. Deus já sabia que o diminutivo das coisas é agradável aos olhos, os japoneses apenas o copiaram.

Crescemos enfim, e o nosso estilo desajeitado, desproporcional, sincero de ser cativa a todos. Riem de nossas desgraças quando caímos no chão, caímos da bicicleta, perdemos um dente, riscamos o sofá. Contudo, ao longo dos anos, com a fala desenvolvida, a estrutura de um hominídeo já não somos mais interessantes, ouso dizer que somos o meio, o sem graça, um estranho inconveniente que agora pensa, lê, e critica. Criticamos por pura inocência, de julgar que descobrimos a verdade e a luz quando enxergamos os defeitos, em TUDO. Estado que não dura muito tempo, apenas o suficiente até nos acostumarmos que TUDO tem defeito e que TUDO é parcialmente certo e errado; até percebermos que inclusive NÓS estamos também errados e repletos de mazelas.

Começamos por fim a adquirir experiência, sabedoria, a descobrir novos mundos e realidades, "certas" e "erradas", sobretudo as erradas. É o momento onde finalmente nos reconhecem como adultos, um lindo sonho de uma noite de verão, um devaneio, pois com a suposta liberdade se encontra um dos homéricos engodos da humanidade: A responsabilidade. Um inferno de palavra que persegue, pune, sem misericórdia cada gota de alegria guardada com carinho.

Nos sentimos então, velhos, cansados, medíocres, fora de época. É um súbito despertar de uma matrix sem retorno. Agora estamos no encalço da lei, do julgo moral, dos empregos, dos impostos, dos anéis, de prata, de ouro, da pesada mão invisível do mundo. A música finda, e uma voz retumbante nos diz: É isso filho, agora reproduza e morra.

Só assim percebemos que o tempo nos foi tomado tão taciturnamente que nem nos demos conta, deixando de alento apenas o tempo de outrem, da prole. Aonde cometeremos o mesmo crime novamente, o mesmo sadismo, a mesma punição, e tentaremos de forma egoísta viver através deles o que não deu tempo.

O corpo se esvaindo em doenças e putrefação, morte lenta e dolorosa a caminho de um funeral muito triste, porém muito breve para não cansar os convidados, e a memória de uma vida que se foi que permanece na mente de dois ou três e em alguns punhados de fotos escondidos em um backup de um computador antigo. O tempo é uma grande sacanagem e aproveitá-lo é tão bom que os que não o fizeram julgaram ser um CRIME que alguém o faça. Ao fim da vida, teremos tempo de sobra, mas também não acho que essa seja uma boa idéia.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Quarentena

Quarenta é o número natural depois do 39 e antes do 41. Os seus divisores são 1, 2, 4, 5, 8, 10, 20 e 40.

É o sétimo número abundante.

Pode ser escrito de três formas distintas como a soma de dois números primos: 40=3+37=11+29=17+23\,.

Quarentena é a reclusão de indivíduos ou animais sadios pelo período máximo de incubação da doença, contado a partir da data do último contato com um caso clínico ou portador, ou da data em que esse indivíduo sadio abandonou o local em que se encontrava a fonte de infecção. Na prática, a quarentena é aplicada no caso das doenças quarentenárias, como cólera, tifo exantemático e a febre amarela para observação do paciente.

Difere do isolamento, por este segregar um doente do convívio das outras pessoas durante o período de transmissibilidade, a fim de evitar que outros indivíduos sejam infectados.

Este é o quadragésimo texto. Não sei bem o motivo, mas soa como um aniversário. Meia-idade sem crises, mas com certeza com muitas reflexões, reparos. Espero que ao longo destes textos tenha evoluído como pessoa e como "escritor" e que porventura tenha vez ou outra entretido, aconselhado ou até mesmo emocionado algum de vocês. Agradeço a cada um que me honrou com seu precioso tempo durante estes meses e que me proporcionou o imenso prazer de poder fazer algo que eu gosto, que me completa, que me preenche. Conto desde já com a presença dos senhores e senhoras nestas próximas letras, versos e textos que escreveremos juntos. Muitíssimo obrigado.

Otten Ziul

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Perfunctoriamente

Desvencilhei-me do talambor de meus sentimentos subversivos em relação a esta piara espalhafatosa e rumei a minha paranzela como um inexorável ultor. O vento seral deletava de minha mente os paguilhas arrogantes que me corroíam remuito enquanto desfrutava de uma deliciosa siricaia que eu mesmo havia feito. Com o passar dos anos e a chegada de minha resiliência adquirida demiti o meu eu venéfico e contratei o meu eu vítrice por tempo indeterminado.

Royal Straight Flush

00,0001539% ou
1 chance em 650.000

Eu estava lá.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Are you ready?

A primavera chegou companheiros. É hora de trocar as penas, afinar o canto, abrir as asas e porventura disputar territórios. Há quem tenha sido agraciado pelas peripécias do destino, ou se preferirem, acertados pelo acaso e já estão reformando seus ninhos. Para os outros, aconselho que não percam muito tempo, com a internet e a globalização a disputa hoje em dia é muito mais rápida, não hesitem em fechar o acordo. São tempos em que saber se vender é de extrema importância, para isso recomendo que cada um se conheça e saiba seus pontos fortes antes de levantar vôo. Nada de cantadas ultrapassadas, piadas de mal gosto e falta de educação. É hora de charme, timing, discrição e principalmente ATITUDE. Boa sorte companheiros e tenham uma ótima viagem.

O bem e o mal.

O bem e o mal trabalham sobre a linha de um padrão antigo. Filósofos do século passado mencionam que eles dividem um escritório e que é impossível marcar uma reunião. Na escolha de representantes, grupos, corjas responsáveis pela tomada de decisões há de ser preservada ou a defesa de interesses divergentes ou um número ímpar de representantes. A convenção de Genebra estabelece que o bem e o mal por se odiarem, trabalhariam muito bem um contra o outro e a favor da humanidade (Isso é informação privilegiada, não deve sair daqui). Contudo eu particulamente fico receoso da idéia, e não estou sozinho. Pessoas de todas as partes do mundo tem me procurado (e volto a repetir que este não é meu departamento), a despeito dá má gestão observada nos últimos anos. Estes burocratas do destino, em resposta a minhas últimas reinvidicações decediram retaliar com a morte de Michael Jackson e temo que agora tenham se voltado particularmente contra mim. Fato é que estou disposto a assumir este papel de mártir mas conto com o apoio dos que já fazem parte da revolução e do ingresso de novos participantes. Para deixá-los a par da situação atual um processo minuncioso está tramitando a despeito do acidente entre Massa e Barrichello, uma pouca vergonha. E ainda não recebemos respostas do pedido de revogação do estado de vida do ex-presidente George W. Bush, mas prometo que os manterei informados. Até breve.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dia dos pais.

Esse dia dos pais foi um disparate. Um peça de teatro tão complicada que até agora não entendi. As cortinas fecharam e eu ri, bati palma, mas depois, chorei, fiz uma oração. Meu pai foi o protagonista, quase a noiva, tão esperada. Minha cabeça rodava em duas estações ao mesmo tempo, de um lado a primavera, apaixonada, loira, perfumada, e no oposto o inverno, a saudade de alguém que se foi, um ótimo pai e amigo e o medo quase insuportável da falta de timing que a vida tem para levar quem a gente ama. Só gostaria que meu pai soubesse que acima da admiração e do respeito que tenho por ele só está meu amor incondicional e a minha eterna dívida e gratidão. Me desculpe pai por qualquer coisa e muito obrigado por tudo. Te amo.


Esse texto, por mais humilde que seja, também dedico a memória de um grande amigo, que durante todos esses anos sempre esteve ao lado de meu pai e de nossa família. Você vai deixar muitas saudades. "Déi", esteja bem e olhe por nós. Amém.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Yesterday.

Que dia maluco o dia de ontem. Acredito que só os que viram com seus próprios olhos entenderão minha descrição das últimas 24 horas, ou 15, que seja. Após longo período fazendo uhhmm, como posso dizer.... NADA; Encontrei-me para um round de poker, aonde os adversários eram como irmãos e como tal riram, jogaram e brigaram antes que a partida terminasse. Vi big players serem eliminados randomicamente pela sorte encarnada, e posso dizer, até demais, em uma criança, um feto, um pingo. O telefone a espreita, aguardando o momento para dar um ALL-IN sincronizado pra cima de quem quer que fosse, e mais, com a mão vigente, boa ou ruim. Vi um homem de fé, que se preocupava com o salame e com o limão de cada dia perder as estribeiras e jogar tudo pro alto. Notei que existiam três mosqueteiros, que por falta de missão, encheram a cara. Vi homens de respeito, confraternizando, serem acertados na cara pelo inconveniente sarcasmo da vida. E vi cara-de-pau que daria para construir um navio, um navio pirata. Vivi a revolta e a revolução, a anarquia e o vandalismo, quase suicida. Encontrei a amizade em um copo de tequila e a inovação em um pacote de canudinhos. O vômito que foi e voltou, a cachorra mais amada do mundo, saltos ornamentais, vi a audácia dormir na cama da amada e acordar de ressaca. Isso tudo em apenas um dia, que escondeu tão pouco que revelou demais.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Um trecho.

Este texto não é um melodrama. Jhonny Gasquez, fruto da miscigenação entre os antigos membros da Cosa Nostra com a massa latino-americana que invadira Miami nos anos subseqüentes, estava agora na maior sinuca de bico de sua vida. O tambor da arma estava cheio, o cão puxado. Seus olhos miravam a gota de suor na testa de Louis Vicenzo, o açougueiro. Fosse outra pessoa, esse parágrafo já teria começado com uma poça de sangue e miolos na parede, mas não, Louis era pai de Dora, a namorada de Jhonny, e de uma forma ou de outra a causa de toda essa discussão. Tudo começou na véspera do dia 4 de julho, aonde os estrangeiros aproveitavam o ensejo irônico da comemoração dos verdadeiros americanos, para comer bruschettas e apreciar de um bom whisky 12 anos contrabandeado. Jhonny acabara de sair do Gordinos, a melhor cozinha italiana da cidade aonde ele trabalhava para encontrar-se com Dora, em frente à escola pública aonde ela lecionava. Quando estacionou o seu velho Chevy 46, percebeu que algo havia de errado. Aquele silêncio, a escola vazia, em pleno ano letivo. Jhonny fez que abrira a porta e então tornou a fechá-la, deu uma ou duas olhadas desconfiadas pelo retrovisor, carregou sua magnum 44 e a colocou na cintura. Aí sim, saiu do carro, acendeu um cigarro, e caminhou calmamente até a porta da escola. Vacilou a mão sobre a maçaneta apenas tempo suficiente para perceber que esta estava aberta. Muito suspeito, se estivessem todos fora, com certeza haveria uma corrente exageradamente grande trançada junto às maçanetas da porta de entrada, pensou Jhonny. Mais um trago no cigarro, e Jhonny decidiu checar os fundos da escola, um ato de puro instinto, fruto de sua descendência siciliana. Antes mesmo de tomar tempo para observar o que fosse, escutou-se um estampido alto, o estralo de um tapa, e em seguida, choro, choro esse que Jhonny reconheceu na hora, era Dora. Foi então que Jhonny, perdendo a cabeça saiu correndo e arrombou a porta dos fundos da velha escola. Já ia entrando correndo quando o juízo tornou a abraçá-lo e o fez parar. Lá estava ele, encostado em um típico armário de escola americana, em um típico corredor de escola americana, escola essa que ele mesmo nunca freqüentou. De certa forma Jhonny achou irônico que sua primeira visita a escola contasse com uma Magnum 44 e um óculos Ray Ban. Mas sim, o que o fez parar foi a visão de um sujeito com um 38 no coldre e suspensórios, algo extremamente italiano, bem no fim do corredor. Jhonny aguardava aquele minuto que parecia uma hora e contava os passos do velho italiano um por um, calculando em sua mente o quão próximo poderia estar seu alvo. Quando ele presumia que o inimigo estivesse a um metro de distância este de repente o ultrapassou inadvertidamente. A conta estava errada, logo Jhonny descobriu o porquê, o velho carcamano possuía pernas enormes. Sem titubear Jhonny alcunhou seu revólver e deu-lhe uma coronhada no lobo occipital com tanta força que desacordou o meliante imediatamente. Não satisfeito se abaixou ao lado do velho e com uma puxada forte e torcida, deslocou o pescoço de seu adversário. Jhonny por um segundo se perguntou o porquê de tê-lo matado, mas se conformou com o fato do senhor de bigodes possuir uma arma também em seu poder, pois nesse caso este velho carcamano estirado no chão só poderia ser de duas espécies, ou policial ou bandido, e Jhonny tinha aversão pelos dois. Prosseguiu, e logo subiu o lance de escadas que havia virando o corredor. Avistou um homem de terno careca, fortuitamente andando para o lado oposto de onde ele estava. Por um momento Jhonny havia decidido deixá-lo viver, mas ficou inseguro com o fato de ser surpreendido posteriormente por tal careca, seria um arrependimento sem retorno. Aproximou-se então taciturnamente, puxou o velho canivete que ganhara de seu pai quando jovem, e perfurou um dos rins do careca com sua mão esquerda, sim, Jhonny era canhoto, enquanto que com sua mão direita abafou qualquer ruído que esse pudesse produzir. Depois disso foi a garganta, um movimento coordenado da direita para esquerda, reto, sem muitas complicações e o problema do homem careca, e agora no chão, pode-se perceber, extremamente narigudo, estava resolvido. O tempo passava rápido e a ausência da visão de Dora começava a latejar na cabeça de Jhonny como uma terrível dor de cabeça, transtornado ele procurou até encontrar o que o vigia careca na realidade protegia, a porta do auditório da escola. Era certo, que a entrada comum por aquela porta resultaria em um ticket apenas de ida ao cemitério mais próximo, e talvez na forma de picadinho de carne. Discrição era algo indispensável neste momento. Como Jhonny presumira só havia três tipos de pessoas naquele prédio. Crianças, alunos, o qual o disfarce sobre uma criança de sétima série seria extremamente ineficaz. Bandidos, os quais com certeza se conheciam entre si, e não acreditariam na inserção repentina de mais um comparsa. E professores. Jhonny tratou logo de levar ao banheiro aquele careca e enquanto retirava sua jaqueta de couro já se imaginava no terno cinza do falecido inimigo. Estava agora ele perfeito, vestido de cinza, cabelo para trás, passaria facilmente por um professor de geografia. Ao se virar para deixar o banheiro, percebeu o primeiro contratempo, uma enorme mancha de sangue aonde antigamente, julgou Jhonny, se localizava o rim de seu ex-adversário. Teve então que abandonar o terno, mas isso não se configurou um grande problema já que ao colocar duas canetas no bolso de sua camisa branca, Jhonny notara o quanto estava agora parecido a um jovem professor de matemática, mais especificamente, de geometria. Tendo tudo pronto em suas mãos, exceto ele mesmo, Jhonny abriu a porta dizendo “Bem diretor, eu não acho que possa substituir Mary naquelas aulas de...” e foi logo interrompido por um sonoro “Pro chão desgraçado!”. Dora percebeu que era seu amado ali deitado no chão e já ia gritando seu nome em um gesto impensado quando foi surpreendida por outro forte tapa, dado por uma loira, inegavelmente sexy, mas provavelmente tão má quanto bela. Que sorte a de Jhonny, se lhe escapa o nome seu disfarce estava acabado e seu plano no lixo. O sujeito que pelo que parecia comandava o show, era um exagero em pessoa, sobrepeso, “sobrealtura”, barbudo, meu palpite é de que ele era turco, mas provavelmente era apenas libanês. Possuía uma voz desnecessariamente grossa, como um grunhido de um cão. E claro, sua primeira atitude foi questionar Jhonny. “Quem é você, seu merda?” A vontade de Jhonny era de descarregar sua arma inteira naquele momento, mas ele se concentrou no planejado e respirou aquela velha calma da antiga máfia para combater sua cabeça quente de origem latina. “Manfred, professor de geometria” Jhonny respondeu. “Quem deixou você entrar? Onde está o Walter?” retrucou o turco, ou libanês. E Jhonny disse que não sabia de nada, e até falseou um choro. Foi aí que o manda-chuvas disse a loira “Ana, vá checar o Walter.” Naquele momento aonde havia, excetuando-se os reféns, apenas um homem na sala, uma mulher fora dela e dois homens mortos, um no corredor e outro no banheiro, Jhonny enxergara a sua melhor oportunidade. Quando a porta fechou Jhonny descarregou dois tiros, ambos a queima roupa no armário de homem a sua frente, e mau este tocara o chão, Jhonny já estava abrindo a porta em busca da última integrante do grupo de larápios, mas ela havia sumido. Com a adrenalina a mil, Jhonny olhava em volta em busca de algo que estivesse faltando, mas só o que havia eram crianças chorando, professores e Dora correndo para abraçá-lo. Aquele abraço era reconfortante como estar em casa, mas Jhonny ainda tremia. Só conseguiu reunir forças para recomendar que chamassem a polícia e para pegar sua jaqueta de couro e Dora e dar o fora dali antes que os canas chegassem.

Trinta e cinco metros quadrados, este era o tamanho da segurança que Jhonny sentia ao estar em casa. Dora preparava algo na cozinha que pelo aroma com certeza continha cebolas. Já ele aproveitava cada segundo naquele velho sofá da sala para descansar seu corpo do que parecia ter sido uma guerra de dez anos. O jovem rapaz ainda estava tentando processar tudo que havia acontecido naquela terça-feira à tarde, um dia pelo menos incomum na vida do atrevido Jhonny Gasquez. Ao juntar o que ele havia presenciado com as informações de Dora, tudo que se conseguiu reunir foram os fatos de um ato isolado, mas algo dizia a Jhonny como um soco na cara que aquilo havia de ser armação. Pensou então nos irmãos Materazzi. Com certeza, os números um e dois na lista de suspeitos. Se o mau-caráter e a vilania fossem irmãos eles seriam terríveis, se fossem gêmeos, seriam os irmãos Materazzi. Suas suspeições só foram interrompidas pelo calor da sopa que se aproximava de seu rosto. “É pra você, vai precisar, está um caco” disse Dora. Jhonny olhou fundo nos olhos de sua namorada, feliz que ela estivesse por perto, ainda tão bela, mesmo cansada, com o rosto inchado dos tapas. Ele apenas arfou e aceitou a oferta da sopa, ele realmente estava faminto, e de certa forma achou que a sopa afastaria seus pensamentos por alguns minutos. Após o jantar, Jhonny viu um pouco de televisão, os velhos programas de palco, entrevistadores renomados fingindo interesse em celebridades altamente fúteis e os playoffs de domingo. Nada daquilo parecia incomodá-lo, no fundo tudo que ele desejava era um pouco de barulho, o silêncio naquele dia estava assustador. Depois de uma breve jornada no ócio criativo ele decidiu se levantar do sofá e dizer a Dora “Vá dormir, e não se preocupe comigo, voltarei um pouco tarde”. Dora nem sequer se incomoda mais com este tipo de atitude, os anos e a convivência, mesmo que breves, já a fizeram se acostumar com o estilo de seu companheiro.
Descendo o elevador Jhonny olhou no espelho, e julgou que sua cara parecia de alguém obstinado, isso o alegrou e o consternou por outro lado. Piso térreo, a rua parece não saber do que se passara naquele dia, as pessoas faziam tudo como de costume, o velho Tibbles da banca de jornal ainda tinha a audácia de estampar um sorriso de orelha a orelha, a senhora Maple da casa ao lado ainda reclamava de alguma coisa, qualquer que fosse ela, um gordo comprava o jornal do dia, tarde da noite na máquina em frente à sorveteria. Tudo como sempre na velha Miami. Foi então que Jhonny decidiu ir ao Lucky Seven, um bar da pior qualidade, desses que ele mesmo frequentava procurar por Ortiz, talvez ele soubesse notícias dos gêmeos. O bar estava cheio de pessoas, e quando digo desta forma parece óbvio, mas quero dizer que o bar estava realmente cheio, e que essas pessoas não significavam nada, apenas uma. Rocco. Quando Jhonny pisou no bar, Rocco já tentava sair pela porta lateral, mas esbarrou sem querer em um casal e foi ao chão, Rocco era primo de Ortiz, e por seu gesto já entregava duas coisas, Ortiz não estava lá, e ele sabia de alguma coisa. Ambos deviam saber a esta altura. Ainda no chão Rocco sentiu o frio do cano da Magnum 44 esquentar em sua cabeça e logo já foi se explicando: “Nós não tivemos nada a ver. Não é nada do que você está pensando Jhonny, não queríamos isso pra Dora”. Jhonny sugeriu que conversassem lá fora, era mais apropriado, pagou um dólar de som para os demais e deixou o velho e empoeirado Lucky Seven até chegarem a um beco logo ali na Third Street. Rocco era o típico latino vivendo em Miami ilegalmente, gerando despesas e problemas ao estado. Ele e seus primos vieram do México para organizar um esquema de contrabando de cargas para fora dos EUA, e desde que esse projeto havia ido por água a baixo, os chicanos se refestelavam entre pequenos furtos e tráfico de drogas. Neste momento ele era apenas uma peça do quebra-cabeças que Jhonny começara a desvendar. O mexicano parecia assustado, cheirava a medo, mas não muito de Jhonny, ele vigiava as ruas a todo o momento e implorava o adiamento da conversa. “É muito perigoso Jhonny, você não entende, eu serei um homem morto, eu não posso, aqui não...” dizia ele. Jhonny já estava perdendo a paciência quando Rocco sugeriu “Olhe, eu te conto tudo, tudinho, mas deixe pelo menos que mudemos de local, vamos para minha casa, aqui não é seguro”. Percebendo o tom de desespero na voz do chicano Jhonny decidiu ceder: “Tudo bem, mas vamos rápido, meu carro está logo ali”. Rocco agradeceu em um aceno de cabeça e ia deixando o beco quando escutou o som de um carro, que ao que parecia estava em alta velocidade, cantando pneus, se aproximando do local onde estavam. O medo paralisou o indivíduo que parece ter pressentido o que estava por vir. Jhonny só teve tempo de pular atrás de um latão de lixo que havia no beco antes de escutar os inúmeros disparos por segundo provenientes daquele carro. Rocco tomava forma do que parecia ser agora uma peneira coberta de sangue. Lá se ia uma das principais fontes de informação que Jhonny possuía. Geralmente Jhonny por seu estilo durão conseguia se envolver em inúmeras confusões, mas aquele dia superava tudo que ele havia passado. Mesmo ele, não entendia o porquê de tanta hostilidade. Meio atônito ainda, meio perturbado, Jhonny decidiu deixar o local para evitar problemas com a polícia e não conseguira pensar em outro local que não fosse o velho Lucky Seven para acolher talvez um drinque ou dois. Woody Allen costumava dizer que a periculosidade de um indivíduo poderia ser demonstrada quando este continuasse a almoçar normalmente mesmo após o indivíduo da mesa ao lado ser baleado na cabeça. Jhonny não era dos menos perigosos, mas até ele, precisava naquele momento de uma bela dose “cowboy” de Jack Daniel’s para afogar aquela história toda. A jukebox tocava músicas extremamente tristes no antigo bar, Jhonny tinha flashes de sua infância e do que é hoje em dia, as escolhas feitas, os caminhos deixados para trás, e se perguntava se era feliz, se havia arrependimentos, pensou também em Dora, e lembrou que no momento o mais importante era protegê-la, ela era a única porção que restara da metade boa de Jhonny, e ele havia de preservá-la antes de tudo. Decidiu voltar pra casa, ir vê-la. Pegou sua jaqueta no banquinho ao lado e já ia deixando o bar quando Dino, o barman o chamou: “Ei, eu não sei o que você queria com Rocco, mas de qualquer forma ele deixou isto aqui no bar assim que você abriu a porta, acho que ele deve ter esquecido... Se encontrá-lo, entregue a ele”. Era um envelope, Jhonny fez que sim com a cabeça, pôs o envelope no bolso da jaqueta e foi embora. O frio era forte lá fora, Jhonny nem contara quantos cigarros havia fumado durante a volta pra casa, mas com certeza foram muitos. Ao chegar em casa, imediatamente abriu o envelope. Dentro dele havia um endereço e um número telefônico: Rua Melbery Street, 452; Tel: 3544-3325. Estava tarde para ligar, Jhonny julgou ser melhor ir descansar e no outro dia se encarregaria de descobrir o que eram essas duas novas pistas. O nome Ana, o endereço, o telefone e Rocco rondaram os pensamentos do rapaz até que ele caísse de vez no sono.


TO BE CONTINUED...

Meu livro

Tenho escrito um livro, acho que estou apaixonado por ele. Quando nasceu era apenas um rascunho, depois cresceu tão rápido, quando vi, já era um texto! No início ele me obedecia bastante, mas sabe como é, quando eles crescem, querem ter suas próprias vidas, nem posso mais postá-lo no meu blog. Ele dá trabalho, toma tempo, mas também gera muitas alegrias, me divirto bastante vendo ele se desenvolver dia após dia. Acho que no final das contas eu também cresço com essa história toda. Ele não é dos mais bonitos sabe? Nem é tão bom assim na escola, mas como dizia o poeta não é: Para quem ama bonito o feio lhe parece.

Um hoje que já se passou.

Hoje acordei bem cedo e fui pescar. Pra quem me conhece bem sabe que esse não é exatamente um dia comum pra mim. A água me surpreendeu, eu achei que ela fosse estar fria, mas estava morna. Isso sim é uma surpresa agradável. Eu acabei entrando até mais do que o necessário, fiquei pescando com a água quase na altura do meu peito, me senti um profissional. Além do mais, era como estar em uma piscina gigante, de água morna, onde eu estava concorrendo a um jantar grátis. E o melhor eu estava de roupa, minha mãe morreria se ela visse isso antigamente. Essa é uma das vantagens de ficar velho. No mais, foi tudo calmo, excetuando-se o pássaro que entrou no meu quarto para fugir de um tiro de pistola. Ele no começo parecia assustador, o Batman entrando pela janela do meu quarto. Mas depois percebi que ele ou ela, acho que era ela, era o pássaro mais dócil que eu já tinha visto. Mesmo assim não me amarro muito em bichos que voam. Acho que é inveja. Desconfio também que o livro anti-nazismo que eu esteja lendo seja nazista. Seria isso um plano dos neonazistas? Eu não sei, li apenas 11 páginas de 364. Hoje também ouvi músicas tristes, que costumo ouvir só no Gama, e sim, senti saudades.

O primogênito de um passeio no campo

Há muito que venho esperando não inspiração, mas circunstância para registrar quem sabe um pouco da trama que se desenvolveu em tão curto espaço ao meu redor. A mesma que agora me aperta, de uma forma ligeiramente confortável, o que a torna ainda mais perigosa. Passo por momentos de extrema indecisão, aonde meu excesso de zelo pode me levar a errar novamente, por descuido. Acho que quando nos preocupamos demais a ótica das coisas toma uma perspectiva embaçada, abstrata, e só, talvez, um pouco mais de longe, possamos então enxergá-la por uma perspectiva mais apresentável, mais lógica. Além disso, um outro caminhãozinho de pequenitudes insiste hora ou outra tornar a desembarcar algum pequeno desafeto, na maioria das vezes comigo mesmo. Só lamento por ter desperdiçado a oportunidade de ter escrito em outros momentos textos muito mais alegres, nem melhores nem piores que este, irmãos de sangue.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Poema miniatura

Brindei aquilo que é pequeno;
Por cima dos ombros de gigantes.

São tempos onde manda o que se esconde;
Um mundo de dados em forma de ponto.

O importante é ser grande por dentro
Ser fino por fora, é mais elegante...

A capa muitas vezes confunde;
E esconde um conteúdo e tanto.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Casa

Ah! Nada como a casa da gente
Um menino magrelo
O outro gordinho
Um cachorro amarelo
O outro peludinho

Dormir de madrugada
E o almoço bem quentinho
Sexta é na fazenda...
Que eu faço um churrasquinho

Na semana fico quieto
E malho direitinho
Ligo pra namorada
Pra mostrar o meu carinho

Final de semana eu saio
Pra me divertir um pouquinho
Passear com velhos amigos
Que nunca me deixam sozinho

Eu vou trabalhar com o papai
Para aprender sempre um bocadinho
Depois eu combino com a mamãe
Da gente assistir um filminho

E na casa da vovó
Sempre rola um almoçinho
A vovó prepara a comida
E o vôvô cuida dos passarinhos

Esse é um texto bem simples
Parece que sou um menininho
Isso é porque aqui em casa
Serei sempre o "nosso filhinho".

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Atiraram na pessoa errada, e erraram.

É duro ser aquele que com a razão destrói a utopia alheia, o grande estraga-prazeres. Queria eu ser mais inocente, menos macaco-velho, pra quem sabe cair novamente nas velhas promessas, no conto do vigário. Devia era ficar calado, fazer que sim com a cabeça, pra depois só escutar o estalo que a vida faz quando acerta alguém. Mas eu não aprendo nunca, sou descendente de italianos e mafiosos, e se há algo que os mafiosos faziam como ninguém é isto: Saber esperar a hora certa para o golpe derradeiro. Mas o povo tem pressa, tem sede de justiça, e de tanta sede se farta e se afoga. Já eu não, sou do tipo que poderia saciar a sede com um conta-gotas, mas me tomaram o copo e me deixaram sem opção. Agora é esperar que o copo pelo menos não se quebre, nem que a água se derrame em ninguém. É legal ver o pessoal unido pelo mesmo objetivo, o triste é ver tanta hipocrisia, tanta contradição. É o dia que os homens viraram santos, esqueceram de si e lutaram pelo impeachment. O que passou despercebido foi que derrubaram um vereador enquanto o problema era o presidente.

Férias

Ah! Sinto-te querida...
Cada vez mais próxima.
Linda e passageira
Como as aves de rapina.

És a aurora de minha vida
No ano bem escondida;
Um intervalo desta chuva
Que insistiu em me molhar.

domingo, 21 de junho de 2009

O impostor

Olá meu nome é Paulo Loyola. O pessoal já chegou com os amplificadores? Eu mandei vir faz muito tempo já, esse povo não tem jeito, eu vou ter que resolver isso eu mesmo (E vai entrando...) Oi, eu vim buscar minha pulserinha do camarote, o Pedro mandou pegar aqui com você! Isso, eu quero pros três dias... (E arruma as pulseiras) Opa! E aí brother, tá aqui o ingresso, vou deixar com o brother lá... (E volta e põe no carro). E foi assim só no Pedro de Lara que L e B conseguiram curtir a vida. hauahaiuhauihaiuhaiuhaiuhauha.

Internal Joke.

Um dia

Ele abre a porta, não tranca só encosta... Talvez que fosse pra fugir, ou de modo que alguém pudesse entrar. De qualquer forma, de veste que fosse. O importante é que valesse o preço do pedágio. E quando o sono vencesse, e desse o abraço, e a noite dormisse, a gente dormiria em cima dela. E o sol acordasse mais bonito, refletido em você, brilharia muito mais, talvez até me deixasse bronzeado, corado, sem vergonha, com saudades. E quando você se fosse, eu faria um calendário, faria uma música, plantaria um canteiro de rosas, só pra quando você voltasse. E se não voltasse eu choraria, bagunçaria a casa, deixaria a barba crescer, mas a porta estaria sempre encostada na esperança que você lembrasse, e se acaso pudesse, retornasse.

quarta-feira, 17 de junho de 2009



As plantas carnívoras tropicais estão entre as mais estranhas espécies do planeta, digerindo formigas e outros insetos que escorregam e caem em seus bojos. Mas a Nepenthes lowii, uma planta carnívora encontrada em Bornéu, é ainda mais estranha. Ela obtém sua nutrição não de insetos, mas de tupaias, roedores que vivem em árvores e utilizam as plantas carnívoras como banheiro.

Jonathan Moran, da Universidade Royal Roads, no Canadá, com Charles Clarke, da Universidade Monash, da Malásia, e colegas descrevem essa "nova estratégia de retenção de nitrogênio" em estudo publicado pela revista Biology Letters. Usando análise isotópica, estimam que as fezes de tupaias que se depositam no bojo da planta representem uma fonte significativa do nitrogênio que ela consome.

A N. lowii é encontrada em altitudes mais elevadas, onde formigas e outros insetos são menos abundantes, disse Moran, que estuda plantas carnívoras há duas décadas. Em seu estágio imaturo, a planta desenvolve um bojo posicionado perto do solo, e sobrevive com as poucas formigas disponíveis.

Mas quando madura a planta produz cúpulas com bojos elevados, e as tupaias visitam as plantas para comer o néctar que elas excretam, o que as deixa posicionadas sobre o bojo.

"A função dita a forma", afirma Moran. "Os bojos da planta parecem vasos sanitários, ainda que nós sejamos educados e não façamos essa afirmação no relatório".

Isso vai além de viver na merda, é viver da merda. Existem outras espécies que já faziam isso: O vendedor de estrumes, a empresa que vende privadas, o besouro rola bosta, o proctologista, a empresa de papéis higiênicos, pampers, turma da mônica, e eu acabei percebendo enquanto escrevo aqui que merda na verdade sustenta muita gente.

Junho é ruim de português

Reparei que tudo que eu escrevi em junho foi uma grande e redonda merda. E como eu sou narcisista demais pra assumir que a culpa é minha eu a transferi para o mês de Junho. E isso é a melhor coisa sobre ter um blog. Aqui é meu mundo, my rules. Aqui Junho tem o veredicto: Culpado, e pronto. Não há retórica, muito menos direito de resposta. o pior de tudo é que eu quero escrever, mas fico sem graça de que alguém tenha que ler esse lixo. Quem sabe o velho matemático, não-criativo Junho me dê uma folga para que eu poste alguma idéia interessante.

Produção

Confesso que nestes últimos dias a produção e qualidade do que está sendo postado neste blog, ou não, tem reduzido drasticamente. Acontece que passo por períodos de prova e ando muito desconcertado com todo esse movimento. É professor que sumiu e quebrou o braço, outro que veio e me quebrou as pernas, é nota sobre nota, menos nota, depois soma tudo e divide por quatro. É muita bagunça. E como se não bastasse, JB quis dar uma de Kubrick... Espero que não se torne um Tarantino. Não devido à qualidade dos dois diretores, mas porque nesse caso seria EU que teria os miolos explodidos em um filme de Tarantino. Tenho sido surpreendido com grandes recompensas em pequenos espaços de tempo ultimamente, acho meio irônico já que no geral as coisas andam meio arrastadas, meio erradas, medianas. Minha vida anda bipolar, decidida, ou é muito bom ou muito ruim. Hoje é um dia com potencial altíssimo pra tanto um quanto outro. Só me resta aguardar.

Amém.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Vivendo no automático

João tinha um carro automático, um computador automático, controles automáticos. E ele fazia tudo automaticamente. Acordava, levantava do lado direito da cama, escovava os dentes, colocava a mesma roupa e saía para trabalhar em sua empresa de acessórios automáticos. Um belo dia João bateu a cabeça, levantou do lado esquerdo da cama, bebeu um vinho, colocou um roupão, saiu a pé e foi tocar violão na praia.

hehehehehe

:D

Eu não sei o que eu queria dizer, mas está dito.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Rendez-vous

A rebeldia dá de caras com a burocracia em um shopping center e começam a conversar. A rebeldia chegou de cabelos longos, um discurso idealista e antigas reclamações. A burocracia com seu terno preto nem a ouviu, logo entregou um monte de formulários há serem assinados. A rebeldia tinha a razão, a burocracia o poder, dois pesos de medidas bastante distintas. A rebeldia era jovem, ingênua, mas correta, justa. A burocracia por outro lado é um senhor de cabelos brancos, homem barbado, que já conhece o funcionamento das coisas e das pessoas. A fala da rebeldia era entusiasta, otimista, demonstrava muita lógica. A burocracia ouviu-a com muita atenção e pediu que procurasse sua grande amiga, a demagogia, em uma reunião no dia seguinte. Até hoje a demagogia jura procurar a melhor solução para todos os lados enquanto os papéis rodam nos trâmites da burocracia. A rebeldia sozinha, espera pacientemente, mas a cada dia que passa, brada menos, fala menos, acredita menos. A rebeldia até cortou o cabelo, tirou o brinco, e hoje flerta com a praticidade.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cortaram a minha energia

O mantenedor da tocha que carrega a luz das noites foi extremamente sarcástico quando lhe fiz uma proposta. Ele apagou com suas lágrimas a tocha que havia em minha casa, não porque eu havia lhe dito algo rude, mas porque mantinha comigo algo que lhe pertencia. Depois lhe ofereci que dividíssemos o que era dele, pois já há muito tempo estava sumido. O velho homem e seu bigode disseram: Tudo ou nada! Eu resmunguei, articulei, bati o pé, fiz mandinga. Mas nada. Então se era nada que me resta, só posso lhe oferecer nada, ou tudo do que não tenho, disse a ele. Mas já faz tempo isso, e a geladeira chora em meu apartamento de saudade da luz, a televisão fez greve, não diz mais nada. Por isso acho que vou voltar lá, e levar alguma coisa que ele queira. Porque ele tem algo demasiado valioso e eu tenho prova na sexta-feira.

domingo, 31 de maio de 2009

A moeda e a fonte

Duas faces da mesma moeda caíram em uma fonte dos desejos. Uma delas queria quietude, paciência, uma vida longa, a outra desejava o tumulto, a anarquia, velocidade, a largura e não o comprimento. Mas no fim das contas, eram apenas mais uma moeda dentro de uma imensa fonte cheia de água, seus gritos estavam abafados. Eram a antítese de uma mesma coisa. O duro sobre ser uma moeda é que não há meio termo, ela sempre cai com um lado voltado para cima.

sábado, 30 de maio de 2009

Raspas e restos me interessam

Eu mantive essa frase em minha mente desde ontem quando ouvi "Maior Abandonado" (Cazuza/Frejat). Não era a primeira vez que ouvia esta música, mas com certeza foi inédita a forma como essa frase em específico reverberou dentro de mim ontem. Raspas e restos me interessam. Ouvi uma música e escutei uma idéia. Na música esta afirmação sucede dois pedidos. "Migalhas do teu pão" e "Teu corpo com amor ou não"... Raspas e restos tecnicamente são a mesma coisa, um remanescente, sobras, mas diferem em seu sentido conotativo, poético. A palavra raspas não nos é tão agressiva quanto restos. A raspa do bolo, raspei a panela. Nos lembra uma sobra de algo que era bom. Já restos, é uma palavra ácida, ofensiva. Não vivo de restos, foi o que restou, é só o que me resta. É a ausência de escolha, é o que já não serve mais, não presta. É a última alternativa. E o poeta queria tanto um quanto outro, migalhas do teu pão. Migalhas que são restos, mas que se tornam raspas porque o pão era de alguém especial. E o teu corpo com amor ou não, o corpo são raspas, mas sem amor, seriam restos. É uma expressão muito abrangente, e soa bem, por isso é música, é poesia. Quantas vezes nos esforçamos por consumir algo até as raspas, quantas vezes nos ludibriamos, e nos esbaldamos em restos, sem perceber. Quantas vezes procuramos um ao invés do outro. E achamos restos em raspas, e raspas no que nos resta. São duas palavras tão parecidas, que nos confundem, assim como na vida.

Adendo Informativo

Figura mitológica do folclore da Irlanda, o leprechaun (pronuncia-se /LÉP-re-káum/) é apresentado como um diminuto homenzinho, sempre ocupado a trabalhar em um único pé de sapato em meio às folhas de um arbusto ou "sob uma folha de labaça". Ele é tido como o sapateiro do povo das fadas. Também são conhecidos pelos nomes de Tumores, Duendes ou Gnomos.

Os leprechauns são considerados guardiães ou conhecedores da localização de vários tesouros escondidos. Para obter tais tesouros (normalmente um pote de ouro) é preciso capturar um leprechaun e não perdê-lo nunca de vista. Caso contrário, ele desaparece no ar. Como diz Brian Froud, "Como acontece com todos esses seres (encantados), é importante que você veja o leprechaun, ou duende irlandês, antes que ele o veja, pois ele se torna então mais cooperativo e talvez possa até levá-lo a um de seus potes de ouro escondido. Mas ele é muito astuto e traquina, capaz de desaparecer num piscar de olhos". Acredita-se que eles também tenham uma moeda de prata mágica, que volta a sua bolsa, depois de ser gasta.

Os leprechauns são descritos como sempre alegres e vestidos à maneira antiga, com roupas verdes, um barrete vermelho ou um estranho chapéu de três pontas, avental de couro e sapatos com fivelas.

Os Leprechauns não gostam de humanos e têm medo deles, mas quando se vem com boas intenções, eles dão-nos um par de sapatos. Os sapatos que eles fazem são muito bonitos e são feitos de materiais naturais, tais como, flores e gotas de orvalho. Além do seu cachimbo, estão sempre acompanhados pelo seu pequeno, velho e gasto martelo. O Leprechaun é muito pequeno, pois tem apenas, 30 a 50 cm.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

For my only girl.

Queria poder compor uma bela canção e cantá-la bem, fazer você se arrepiar...
Queria ter aquele estilo charmoso sempre, nunca descer do salto.
Queria ter o poder do seu sorriso, firme como a gravidade;
E das coisas inevitáveis, que são assim, como eu e você.

Queria tanto, que era tão pouco.
Mas quis agora pouco, que pra mim é tanto!
E hoje, é pequeno pro tanto que eu te quero muito;
Mesmo que seja só por mais um pouco.

E que as coisas sejam sempre assim mais leves.
De fácil trato, de sinceridade, de um bom gosto;
Não como era antigamente...
Mas como é agora, nesse tempo novo.

Depressão Rock City

Uma nota dá o tom desta cidade, e ela se repete, ininterruptamente. As pessoas em seus velhos kadettes envenenados, de todas as cores, uma salada de kadettes; vestindo suas roupas de couro sintéticas e um chápeu enorme, ridículo. A cidade é em forma de hexágono, o setor sul é pior que o norte e o leste infinitamente inferior ao oeste. E eu exatamente no centro, aonde não moram pessoas, só turistas, aqueles que estão de passagem... Um estranho no ninho. Vejo olhares furtivos, desconfiados, sorrateiros, sinto o cheiro de poeira e de fábricas, de fumaça e de sujeira. E a mesma nota se repete. A cor da vez é o branco, na parede do meu quarto, no chão, na página que eu escrevo, mas lá fora é o cinza, de tudo, até dos animais. A grande árvore morta simboliza tudo, posso vê-la de minha varanda, sempre esteve morta, assim como esta cidade, um grande cimitério, um hospital para loucos, o recanto de aranhas e visigodos. Existem duas classes de pessoas em Depressão Rock City, moçinhos e vilões, não há meio termo. A cidade tem gosto de pólvora, e tem um ar de medo, da calma que precede a bomba. E vez ou outra ela explode e acerta alguém. Os mesmos lugares, com pessoas desonestas, despropositadas, todas com um único objetivo, o errado. É o resultado da marginalização de tudo que não presta, o esconderijo da escória. Dos desmanches, dos traficantes, dos assassinos. E eu já perdi o medo, tenho minha própria shotgun e meu velho estabelecimento, sou um velho lobo marcado pelo tempo, faço minha própria segurança, já não tenho medo dos moçinhos.

domingo, 24 de maio de 2009

O amanhecer do dia quadrado

Amanheceu. E era quadrado! Não sei se era o sol ou se era eu. Sei que existiam vértices e arestas por todos os lados, os mesmos lados que eram os mesmos, iguais. Parecia prisão, mas era liberdade; parecia matéria, mas erá vácuo. E eu achava que o vácuo não tinha forma, mas ele era quadrado. E no canto deste quadrado eu me encontrava, mas desejava o outro canto. Depois eu dormi e acordei, e percebi que eram iguais, os cantos, os lados, o sol, o dia e tudo mais, menos eu. Eu já não era mais o mesmo, e a soma dos meu lados não é mais o meu lado ao quadrado. É um outro lado de mim.

Trabalho

Trabalho é uma medida da energia transferida pela aplicação de uma força ao longo de um deslocamento. O trabalho é um número real, que pode ser positivo ou negativo. Quando a força atua no sentido do deslocamento, o trabalho é positivo, isto é, existe energia sendo acrescentada ao corpo ou sistema. O contrário também é verdadeiro, uma força no sentido oposto ao deslocamento retira energia do corpo ou sistema. Qual tipo de energia, se energia cinética ou energia potencial, depende do sistema em consideração.
O trabalho edifica o homem. Amém. A definição subjetiva de trabalho que imprimimos na sociedade é basicamente física pura. Despendemos energia, claro, alguns mais espertos gastam menos energia para mais "deslocamento", e quando digo deslocamento no contexto subjetivo entenda-se, projeção, remuneração, sucesso, bem feitorias. Outros, é claro ao longo do deslocamento fazem mais força, ralam mais, correm mais atrás, gastam mais energia para realizar um determinado trabalho. Essa equação é definida na maioria das vezes por um gasto menor, mas não menos importante de energia, a estimulação cortical na hora de se decidir o que se irá fazer. VOCÊ determina em grande parte a quantidade de trabalho que irá realizar durante a vida. Você é o culpado. É claro, muitas vezes por inocência, ingenuidade, despreparo influência, podemos ser levados e ludibriados para um tipo específico de escolha. Interessante que os físicos também foram cuidadosos em expressar o trabalho como um valor negativo. Uma força realizada contra algo. Sim, amigos, é a expressão matemática do que queremos dizer com "Não acredito que alguém se deu ao trabalho de fazer isso pra me atrapalhar". É a conta do estraga prazeres. É o do contra, que não necessariamente está errado. Muitas vezes está até certo. Fizeram um movimento CONTRA a ditadura, CONTRA os abusos da inflação, CONTRA o desmatamento. Isso tudo é trabalho, e dá muito trabalho. A física também favorece mais o povo do que o governo, porque ninguém fica sem trabalho pela física. A própria arte de não trabalhar já é um trabalho, e não uma condição. O elemento chave do trabalho é o deslocamento e não a força, como a maioria pode pensar. O quão você quer se deslocar e para onde irá, são constatações que irão definir basicamente uma quantidade de energia, que então você deve analisar e buscar formas de reduzi-la ao máximo. Tudo para que a energia "potencial" que você possua, possa no final das contas ter outros direcionamentos e ser convertida não apenas em energia cinética, mas em outras formas de energia. Eu pessoa consciente como sou, estou em um projeto de racionamento de energia, e, portanto de trabalho. O problema é que a quantidade de energia teoricamente é uma escolha pessoal, mas não a obrigação do deslocamento. Vocês vejam, por exemplo, eu não queria, mas tenho um trabalho pra amanhã. A energia que pretendia gastar neste domingo era suficiente apenas para as minhas necessidades metabólicas, e talvez para o movimento do controle remoto. Que bom seria que a vida fosse ainda mais parecida com a física, aonde iríamos possuir direito de escolha pleno e aonde todos teríamos trabalho, mesmo sem fazer “nada”.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Faz sentido...

Este blog ultimamente tem sido meu diário. É uma atitude irresponsável, feminina, expositiva, infantil, e totalmente não-profissional. Alguns podem dizer que escrevo como uma válvula de escape para meu próprio inconsciente. Seria muito errado afirmar isso, o meu inconsciente não poderia ser publicado aqui. Os meus textos são superego e não Id, podem ter certeza. Outros podem dizer que escrevo aqui para aparecer, para ser percebido. Talvez... tenho de pensar melhor nisso. Escrevo porque gosto, e porque tem estilo. Acho que no fim é isso. Seria legal que fosse isso.

Lêrêrê

Fizemos uma música de sucesso, ela é de péssima qualidade, a letra é flutuante, cada pessoa a canta como quer, existe essa interatividade de versos serem feitos por quem a escuta. Acho que realmente trazemos algo de novo a mesa, uma idéia EXTRAordinária, talvez na Bienal fossemos melhor compreendidos, mas sinto que temos uma melodia contagiante, e isso é meio caminho andado, funcionou com o Funk, com o grupo “as meninas” e com todos os outros estilos musicais que possuem apenas melodia. Seria como se você pudesse colocar versos nas sonatas de Mozart. Por enquanto a chamamos de Lêrêrê. Para os fãs e entusiastas da banda, contatos para shows podem ser feitos através deste blog.

Oi !

Já faz um bom tempo que não coloco nenhuma humilde observação sobre nada aqui neste blog. Tenho meus motivos e não tenho internet. Nesse meio tempo até escrevi uma coisa ou outra, mas creio que meus textos sejam muito momentâneos, não sei se ainda valem. Assisti alguns filmes nesse meio tempo, provavelmente dentre os quais “O Lutador” seja digno de alguma espécie de comentário e “A tribo” seja digno de uma recomendação, NÃO ASSISTAM! “O Lutador” tem ares de documentário, não tem a fotografia de um filme, ele é o retrato fiel de uma vida marcada pelos excessos de uma vida profissional de um lutador de wrestler e pela ausência deste nos outros âmbitos de sua vida. Já vimos esse arquétipo antes, mas é claro, com outras profissões mais ordinárias do que esta. O filme é válido pela atuação de Mickey Rourke, indicado ao Oscar, mas não me surpreendeu em mais nada, você espera uma reviravolta no filme e ela não vem. Saímos com essa sensação de que a vida é realmente um saco. Moral da história: Cuidado com as escolhas que você faz, algumas delas são estradas sem retornos, sem segunda chance. Nesses últimos dois dias tenho tido uma vontade de estudar mais, fazer alguma pesquisa científica sobre algo, enfim, fazer alguma coisa... Espero que essa vontade se torne algum tipo de ação, senão terá sido em vão todo esse tempo pensativo. Aliás, as pessoas têm me dito que estou triste. Eu mesmo não me sinto assim, mas entendo o porquê de me questionarem isso, estou com uma fascies depressiva. O final de semana chegou, minha família inteira viajou e eu realmente não tenho idéia do que vou fazer. O Gama nunca esteve tão frio, tão inóspito como nestes últimos dias... Bem, por enquanto é só, acho que pelo meu tédio homérico vocês verão muitos textos até segunda-feira. Aquele abraço e obrigado por quem lê algo neste blog. Fico feliz de saber que não estou falando sozinho, seria o primeiro indício de insanidade.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

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Não é só criatividade, é audácia e uma pitada de falta de vergonha na cara.

Papai do céu, não deixe que estes estranhos sejam goianos, Amém.

39º

O dia é um pequeno resumo da idéia da vida. Acordamos, somos expostos a uma sorte de escolhas, de diversas complexidades ao longo de seu percurso, e mais cedo ou mais tarde nos colocamos a dormir. O ser humano teoricamente, nasce, cresce, reproduz, envelhece e morre. Não acho uma boa definição de vida e muito menos plausível quando remontada aos nossos dias. Muitas pessoas não crescem todos os dias. Fisicamente à partir dos 20 anos já iniciamos nosso processo de morte fisiológica, e devido ao trabalho realizado iniciamos uma diminuição na estatura, que é normal, principalmente pela descompensação da coluna vertebral ao longo dos anos. Em um sentido figurado, muitas pessoas se apequenam todos os dias, frente aos desafios da vida. Quanto ao reproduz, que maravilha seria, é uma utopia da qual compartilho com o autor da frase, mas infelizmente ainda não é uma realidade para todos. Envelhecer... É relativo, meu pai ficou anos mais jovem no dia em que descobriu que seria lançado no cinema Star Trek com o destemido Capitão Kirk. E como ele, redescobrimos prazeres antigos, valores importantes de quando éramos mais jovens. E nos rejuvenescemos por um dia. Por um momento. O tempo é relativo, isso é comprovado cientificamente, matematicamente. Eu acho isso impressionante, sou só eu? Então me restou nascer e morrer todos os dias. E especificamente no dia de hoje, vivo um resumo de uma vida nada fácil. Nasci enfermo, com fraqueza muscular, febre de 39º, dores de cabeça em salvas, do tipo pontada, holocraniana associada à coriza nasal, provável faringite e perda de apetite. Não sei se conseguiria passar uma vida desta forma, e esta é a realidade de alguns, suas rotinas, por anos! E um sonho para alguns com situações muitas vezes piores. Isso me faz refletir sobre a importância das dádivas que recebemos todos os dias. No discurso de meu avô neste último dia das mães, ele nos contou uma experiência que teve com um de seus pacientes. Tetraplégico após um acidente de moto, longo conhecido do hospital aonde foi acompanhado por anos, um dia foi encontrado chorando copiosamente porque havia retirado uma mosca de sua boca, algo que ele referiu como a situação mais humilhante, inoportuna de sua condição. Não tinha o interesse de ser sensacionalista em nenhum momento, mas esse é um fato e não um conto. Temos vergonha de nos confrontarmos com uma realidade pior que a nossa, é constrangedor. Porque é claro, não somos suficientemente gratos pelo que possuímos. E nunca o seremos. Neste momento meu único desejo é poder, neste dia, “morrer” em paz, mas já não me incomodo tanto com meus sintomas, me sinto corajoso em poder carregá-los e de certa forma até zombo deles. E não é gripe suína! Poderia ser...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mãe

Odeio generalizar, mas TODO MUNDO, já foi colocado diante daquela mesma situação. Um lápis na mão, uma folha chamex A4 cortada na metade, com borda de rosas do clip art e um título na fonte Lucida Console que dizia. A minha mãe é... Muitos padrões foram estabelecidos desde então. A velha brincadeira de imprimir adjetivos as letras do nome (ANA virava, Amorosa; iNteligente; Angelical) Esse angelical era demais, ninguém sabia muito bem o que significava, mas soava bem. Soava como um grande elogio. Alguns modestos iniciavam seus textos assim, minha mãe é muito especial pra mim porque ela me pôs no mundo. Sim, tudo bem amigo, sua mãe então é uma fêmea, que nasceu com a missão de dar a luz ao escolhido (Neo?). Alguns parcialmente honestos, diziam: “... ela as vezes briga comigo, mas ela é a coisa mais importante da minha vida”. E no dia dos pais, estas mesmas pessoas escreviam “... ele chama minha atenção, mas é a coisa mais importante da minha vida”. Eu me recordo também, de algumas tentativas esdrúxulas que tive, uma espécie de poesia, com rimas forçadas no infinitivo (... quando eu crescER, espero sER... para podER) e me lembro também da última vez que recebi esta escalafobética missão, já era ensino médio, eu não esperava por aquilo, mas sim... A velha e boa frase “A minha mãe é...” e algumas linhas em branco surgiam novamente. Desta vez eu me recordo que não escrevi nada e justifiquei ao professor que preferia dizer ao vivo o que sentia por minha mãe. Um absurdo! Recebi na hora um olhar inquisidor que dizia QUE FEIO! Não ama sua mãe? Shame on you! Confesso que em parcela era preguiça. Mas uma preguiça por estar fazendo algo IMPOSTO (É hora de amar as mães! Todo mundo 30 linhas!) e muito provavelmente de péssima qualidade, algo que eu só poderia mostrar mesmo para a minha mãe, porque só ela iria gostar. Isso tudo faz parte da idéia da escola formar um cidadão. Que ama a mãe. E o pai, mas mais a mãe que o pai. Mas de qualquer maneira, me restava àquela pulga atrás da orelha por saber que por mais que nunca seja suficiente, qualquer palavra, qualquer gesto, pra poder recompensar uma mãe, algumas atitudes, cabem, e expressam uma parte de um todo que existe, mas que é demasiado complexo a ponto de ser decifrado, descrito, impresso. No fundo, a mãe sabe, e o filho sabe que ela sabe, e então por isso às vezes ele cala, talvez, um pouco de vergonha de dizer, porque ela faz tanto e a gente tão pouco, o embaraço. Um pouco por não saber o que dizer, por onde começar. Hoje eu gostaria então de pedir licença, para poder dizê-lo. Não tudo, nem como eu gostaria, mas como eu posso. Desculpem-me se acaso for tão ruim a ponto de apenas o amor materno poder apreciar, mas esse é o intuito. Luciana Gomes de Andrade Milazzo. Eu te amo muito, você é a coisa mais importante do mundo pra mim! Me desculpa por todo o trabalho, por todo mal que possa ter te causado e obrigado por tudo que você fez e faz pra mim. É pessoal, eu tentei, escrevi, apaguei e reescrevi, mas no fundo, quando se trata da nossa mãe, o texto sempre vai se tratar de uma hipérbole amorosa, porque é exatamente assim que nos sentimos. Alguns mais agraciados fazem canções, versos lindos. Mas que dizem em suma, exatamente a mesma coisa que eles diriam se fossem crianças, porque crianças são quando estão com a mãe. Ainda pedem bença, levam problemas impossíveis de serem resolvidos (A não ser pela mãe, que sempre consegue), choram, pedem carinho e muito pouco dão em troca. Hoje não é dia das mães, mas ela merece! E eu não estou querendo dinheiro, antes que você me pergunte mãe.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A fúria das galinhas

Hoje eu sonhei que minha civilização havia sido destruída por um exército de galináceos, fortemente armados e insuportavelmente organizados em torno de um estratagema complexo de ataque. Não me lembro muito bem dos detalhes, sei que perdi, pois não achava o restante de meu contingente que não havia ainda chegado ao front principal de batalha. Lembro-me de uma espécie de Comandante GALO, com sua armadura de cobre, empunhando sua espada e gritando enquanto destruíam minha aldeia e meu povo. O que Freud diria disso hein? Acho que se Sigmund fosse mais contemporâneo ele me diria que eu sou apenas um bastardo que passou tempo demais de sua vida dedicado a prática irresponsável dos jogos online... O que é verdade! Aprendi muitas coisas nos jogos em rede, estimulei meu córtex, meu reflexo, minha coordenação motora, treinei meu inglês, aprendi um pouco de espanhol, palavrões em quase todos os idiomas, fiz amigos nos quatro cantos do globo, e inimigos também, aliás, bem mais inimigos, é assim quando se está em guerra constante em um planeta inexistente. Aprendi a conviver aonde não há misericórdia, não há remorso, aonde alguém te mata pra testar uma nova arma. Aprendi que quando há alguém no poder, sempre existirão os que irão se unir para derrubá-lo, e que quando estes conseguirem, tornar-se-ão igual ou piores aos antigos. Aprendi que temos de treinar e caçar às vezes por muito tempo para ficarmos fortes, e que não há caminho fácil para chegar ao topo, muito menos para manter-se lá. Aprendi que existem pessoas boas também, que podem te ajudar quando você menos espera. Aprendi que conseguir as coisas de bandeja não tem graça, que o interessante é o conquistar e não a conquista em si. Aprendi que com certeza uma hora irei morrer, é inevitável. E que não devemos desafiar de forma não inteligente aqueles que são mais fortes que nós. Aprendi que não podemos desistir se forem injustos conosco, ou se está difícil crescer no jogo, se estamos de fora do grupo que domina o Server. Aprendi a negociar itens, e que sempre há um malandro que tenta te passar a perna. Eu aprendi muita coisa. Principalmente que a nossa vida não é tão diferente dos jogos online.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Insônia

16 a 40% das pessoas em geral sofrem de insônia. Em um estudo realizado pela Universidade de Stanford, EUA, indivíduos que não dormiam há 19 horas foram submetidos a testes de atenção. Constatou-se que eles cometeram mais erros do que pessoas com 0,8 g de álcool no sangue - quantidade equivalente a três doses de uísque. Igualmente, tomografias computadorizadas do cérebro de jovens privados de sono mostram redução do metabolismo nas regiões frontais (responsáveis pela capacidade de planejar e de executar tarefas) e no cerebelo (responsável pela coordenação motora). Esse processo leva a dificuldades na capacidade de acumular conhecimento e alterações do humor, comprometendo a criatividade, a atenção, a memória e o equilíbrio. O pico de produção do hormônio do crescimento (também conhecido como GH, de sua sigla em inglês, Growth Hormone) ocorre durante a primeira fase do sono profundo, aproximadamente meia hora após uma pessoa dormir. A leptina, hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade, também é secretada durante o sono. Pessoas que permanecem acordadas por períodos superiores ao recomendado produzem menores quantidades de leptina. Resultado: o corpo sente necessidade de ingerir maiores quantidades de carboidratos. Os sintomas principais são falta de vigor físico, envelhecimento precoce, diminuição do tônus muscular, comprometimento do sistema imunológico, tendência a desenvolver obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e gastro-intestinais e perda crônica da memória. Do que se tem registro na literatura especializada, o período mais longo que uma pessoa já conseguiu ficar sem dormir foi de onze dias. Por curiosidade, Napoleão Bonaparte e Margaret Thatcher dormiam quatro horas por noite; já Albert Einstein precisava de dez horas de sono. Enfim, após esta pesquisa cheguei a algumas conclusões: 1ª - Muitas pessoas sofrem de insônia, inclusive eu; 2ª - É preferível tomar whisky e dormir bêbado e feliz do que ficar acordado; 3ª - Começo a achar que Napoleão Bonaparte era nanico de sono!; 4ª - Margaret Tatcher ainda permanece um mistério para a ciência; 5ª - A leptina é mais produzida a noite, mas não me venha dizer depois de passar o dia inteiro comendo feijoada, buchada de bode, 2 engradados de cerveja com tiragosto de linguiça (Que com a nova regra gramatical é lingíça) que "Ah! Acho que eu engordei esse final de semana porque eu dormi muito pouco"; 5ª O resultado negativo da insônia é ENVELHECER e pronto. Se você perde músculo, ganha gordura, fica baixinho, com a defesa baixa e diabético... Então você é VELHO. Me vêm a sensação de que estamos semi-mortos quando dormimos, e por isso não gastamos nossos pontos de vida!; 6ª - Não me venha dizer. Viu! Einstein dormia 10 horas por dia, então é o certo. Caro amigo, muitas pessoas dormem 10 horas por dia e são chamadas apenas de vagabundos, ordinários, entre-empregos. A verdade é que como tudo na vida... DEPENDE! Existem pessoas contra-producentes a noite, outras pela manhã. Pessoas que fumam a vida inteira e morrem com 90 anos, e pessoas que não fumam e morrem de câncer de pulmão. Margaret Tatcher dormia quatro horas por dia e teve grande importância política, existem pessoas que dormem 4 horas porque fumaram Crack na Crackolândia. Winston Churchill quando perguntado o segredo de sua longevidade respondeu: "Esportes! Nunca os pratiquei". 7ª e última - De uma jeito ou de outro, se eu tivesse dormido, nunca teria me importado, nem ao menos escrito isso. Por outro lado, enquanto escrevo a única coisa em que penso é em dormir o sono REMnsga. É importante então usar do sono e da falta dele. O equilíbrio é a base de tudo na vida! ying e yang, dia e noite, xitãozinho e xororó. Um bom dia pra vocês, ou uma boa noite.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O violão

Matéria inanimada, madeira trabalhada com cordas de nylon já gastas pelo tempo. Mas ainda sim, trouxe ânimo, inspirou canções, melodias, versos e até atitudes. É indescritível o efeito impactante que provém de onde menos se espera. A surpresa é o elemento chave muitas vezes nas maiores guerras e nas pequenas alegrias. Negligenciado por anos, nunca reclamou, resmungou, nem ao menos se quebrou, perdeu o toque, tocou mais baixo... E hoje depois de muito tempo, quando tocado, quase que agradeceu a oportunidade, como quem tinha algo a falar, mas havia sido calado. Acho que no fundo eu que agradeço... no embalo dessa canção que vêm só com melodia pois me falta a voz, me senti e me sinto muito agradecido. Fiel escudeiro, retornastes ao que é teu de direito. O direito de dizer, sem falar.

Silence is golden.

O silêncio oportuno é mais eloqüente que o discurso. Esta meus senhores é a frase do dia! Hoje destruíram um castelo que eu construí, era o mais bonito, útil e manhoso que eu tinha. Malditos sejam! (Se bem que eu acredito em uma atividade interna...) Enfim, não chorarei pelos escombros, um dia construo outro, isso eles não podem me tirar. Hoje homo sapiens sapiens que somos, acendemos um fósforo na parede do banheiro... A auto-suficiência é um deleite para os fortes de espírito! E só me resta uma enigmática no dia de hoje, foi preciso construir o fio, para depois inventarem a ausência dele. O futuro está na desinvenção do que existe hoje ou na invenção genuína, no criar? Acho que já falta criatividade ao mundo... Desculpe se não fui bem claro, não era meu interesse de qualquer forma.