domingo, 31 de maio de 2009

A moeda e a fonte

Duas faces da mesma moeda caíram em uma fonte dos desejos. Uma delas queria quietude, paciência, uma vida longa, a outra desejava o tumulto, a anarquia, velocidade, a largura e não o comprimento. Mas no fim das contas, eram apenas mais uma moeda dentro de uma imensa fonte cheia de água, seus gritos estavam abafados. Eram a antítese de uma mesma coisa. O duro sobre ser uma moeda é que não há meio termo, ela sempre cai com um lado voltado para cima.

sábado, 30 de maio de 2009

Raspas e restos me interessam

Eu mantive essa frase em minha mente desde ontem quando ouvi "Maior Abandonado" (Cazuza/Frejat). Não era a primeira vez que ouvia esta música, mas com certeza foi inédita a forma como essa frase em específico reverberou dentro de mim ontem. Raspas e restos me interessam. Ouvi uma música e escutei uma idéia. Na música esta afirmação sucede dois pedidos. "Migalhas do teu pão" e "Teu corpo com amor ou não"... Raspas e restos tecnicamente são a mesma coisa, um remanescente, sobras, mas diferem em seu sentido conotativo, poético. A palavra raspas não nos é tão agressiva quanto restos. A raspa do bolo, raspei a panela. Nos lembra uma sobra de algo que era bom. Já restos, é uma palavra ácida, ofensiva. Não vivo de restos, foi o que restou, é só o que me resta. É a ausência de escolha, é o que já não serve mais, não presta. É a última alternativa. E o poeta queria tanto um quanto outro, migalhas do teu pão. Migalhas que são restos, mas que se tornam raspas porque o pão era de alguém especial. E o teu corpo com amor ou não, o corpo são raspas, mas sem amor, seriam restos. É uma expressão muito abrangente, e soa bem, por isso é música, é poesia. Quantas vezes nos esforçamos por consumir algo até as raspas, quantas vezes nos ludibriamos, e nos esbaldamos em restos, sem perceber. Quantas vezes procuramos um ao invés do outro. E achamos restos em raspas, e raspas no que nos resta. São duas palavras tão parecidas, que nos confundem, assim como na vida.

Adendo Informativo

Figura mitológica do folclore da Irlanda, o leprechaun (pronuncia-se /LÉP-re-káum/) é apresentado como um diminuto homenzinho, sempre ocupado a trabalhar em um único pé de sapato em meio às folhas de um arbusto ou "sob uma folha de labaça". Ele é tido como o sapateiro do povo das fadas. Também são conhecidos pelos nomes de Tumores, Duendes ou Gnomos.

Os leprechauns são considerados guardiães ou conhecedores da localização de vários tesouros escondidos. Para obter tais tesouros (normalmente um pote de ouro) é preciso capturar um leprechaun e não perdê-lo nunca de vista. Caso contrário, ele desaparece no ar. Como diz Brian Froud, "Como acontece com todos esses seres (encantados), é importante que você veja o leprechaun, ou duende irlandês, antes que ele o veja, pois ele se torna então mais cooperativo e talvez possa até levá-lo a um de seus potes de ouro escondido. Mas ele é muito astuto e traquina, capaz de desaparecer num piscar de olhos". Acredita-se que eles também tenham uma moeda de prata mágica, que volta a sua bolsa, depois de ser gasta.

Os leprechauns são descritos como sempre alegres e vestidos à maneira antiga, com roupas verdes, um barrete vermelho ou um estranho chapéu de três pontas, avental de couro e sapatos com fivelas.

Os Leprechauns não gostam de humanos e têm medo deles, mas quando se vem com boas intenções, eles dão-nos um par de sapatos. Os sapatos que eles fazem são muito bonitos e são feitos de materiais naturais, tais como, flores e gotas de orvalho. Além do seu cachimbo, estão sempre acompanhados pelo seu pequeno, velho e gasto martelo. O Leprechaun é muito pequeno, pois tem apenas, 30 a 50 cm.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

For my only girl.

Queria poder compor uma bela canção e cantá-la bem, fazer você se arrepiar...
Queria ter aquele estilo charmoso sempre, nunca descer do salto.
Queria ter o poder do seu sorriso, firme como a gravidade;
E das coisas inevitáveis, que são assim, como eu e você.

Queria tanto, que era tão pouco.
Mas quis agora pouco, que pra mim é tanto!
E hoje, é pequeno pro tanto que eu te quero muito;
Mesmo que seja só por mais um pouco.

E que as coisas sejam sempre assim mais leves.
De fácil trato, de sinceridade, de um bom gosto;
Não como era antigamente...
Mas como é agora, nesse tempo novo.

Depressão Rock City

Uma nota dá o tom desta cidade, e ela se repete, ininterruptamente. As pessoas em seus velhos kadettes envenenados, de todas as cores, uma salada de kadettes; vestindo suas roupas de couro sintéticas e um chápeu enorme, ridículo. A cidade é em forma de hexágono, o setor sul é pior que o norte e o leste infinitamente inferior ao oeste. E eu exatamente no centro, aonde não moram pessoas, só turistas, aqueles que estão de passagem... Um estranho no ninho. Vejo olhares furtivos, desconfiados, sorrateiros, sinto o cheiro de poeira e de fábricas, de fumaça e de sujeira. E a mesma nota se repete. A cor da vez é o branco, na parede do meu quarto, no chão, na página que eu escrevo, mas lá fora é o cinza, de tudo, até dos animais. A grande árvore morta simboliza tudo, posso vê-la de minha varanda, sempre esteve morta, assim como esta cidade, um grande cimitério, um hospital para loucos, o recanto de aranhas e visigodos. Existem duas classes de pessoas em Depressão Rock City, moçinhos e vilões, não há meio termo. A cidade tem gosto de pólvora, e tem um ar de medo, da calma que precede a bomba. E vez ou outra ela explode e acerta alguém. Os mesmos lugares, com pessoas desonestas, despropositadas, todas com um único objetivo, o errado. É o resultado da marginalização de tudo que não presta, o esconderijo da escória. Dos desmanches, dos traficantes, dos assassinos. E eu já perdi o medo, tenho minha própria shotgun e meu velho estabelecimento, sou um velho lobo marcado pelo tempo, faço minha própria segurança, já não tenho medo dos moçinhos.

domingo, 24 de maio de 2009

O amanhecer do dia quadrado

Amanheceu. E era quadrado! Não sei se era o sol ou se era eu. Sei que existiam vértices e arestas por todos os lados, os mesmos lados que eram os mesmos, iguais. Parecia prisão, mas era liberdade; parecia matéria, mas erá vácuo. E eu achava que o vácuo não tinha forma, mas ele era quadrado. E no canto deste quadrado eu me encontrava, mas desejava o outro canto. Depois eu dormi e acordei, e percebi que eram iguais, os cantos, os lados, o sol, o dia e tudo mais, menos eu. Eu já não era mais o mesmo, e a soma dos meu lados não é mais o meu lado ao quadrado. É um outro lado de mim.

Trabalho

Trabalho é uma medida da energia transferida pela aplicação de uma força ao longo de um deslocamento. O trabalho é um número real, que pode ser positivo ou negativo. Quando a força atua no sentido do deslocamento, o trabalho é positivo, isto é, existe energia sendo acrescentada ao corpo ou sistema. O contrário também é verdadeiro, uma força no sentido oposto ao deslocamento retira energia do corpo ou sistema. Qual tipo de energia, se energia cinética ou energia potencial, depende do sistema em consideração.
O trabalho edifica o homem. Amém. A definição subjetiva de trabalho que imprimimos na sociedade é basicamente física pura. Despendemos energia, claro, alguns mais espertos gastam menos energia para mais "deslocamento", e quando digo deslocamento no contexto subjetivo entenda-se, projeção, remuneração, sucesso, bem feitorias. Outros, é claro ao longo do deslocamento fazem mais força, ralam mais, correm mais atrás, gastam mais energia para realizar um determinado trabalho. Essa equação é definida na maioria das vezes por um gasto menor, mas não menos importante de energia, a estimulação cortical na hora de se decidir o que se irá fazer. VOCÊ determina em grande parte a quantidade de trabalho que irá realizar durante a vida. Você é o culpado. É claro, muitas vezes por inocência, ingenuidade, despreparo influência, podemos ser levados e ludibriados para um tipo específico de escolha. Interessante que os físicos também foram cuidadosos em expressar o trabalho como um valor negativo. Uma força realizada contra algo. Sim, amigos, é a expressão matemática do que queremos dizer com "Não acredito que alguém se deu ao trabalho de fazer isso pra me atrapalhar". É a conta do estraga prazeres. É o do contra, que não necessariamente está errado. Muitas vezes está até certo. Fizeram um movimento CONTRA a ditadura, CONTRA os abusos da inflação, CONTRA o desmatamento. Isso tudo é trabalho, e dá muito trabalho. A física também favorece mais o povo do que o governo, porque ninguém fica sem trabalho pela física. A própria arte de não trabalhar já é um trabalho, e não uma condição. O elemento chave do trabalho é o deslocamento e não a força, como a maioria pode pensar. O quão você quer se deslocar e para onde irá, são constatações que irão definir basicamente uma quantidade de energia, que então você deve analisar e buscar formas de reduzi-la ao máximo. Tudo para que a energia "potencial" que você possua, possa no final das contas ter outros direcionamentos e ser convertida não apenas em energia cinética, mas em outras formas de energia. Eu pessoa consciente como sou, estou em um projeto de racionamento de energia, e, portanto de trabalho. O problema é que a quantidade de energia teoricamente é uma escolha pessoal, mas não a obrigação do deslocamento. Vocês vejam, por exemplo, eu não queria, mas tenho um trabalho pra amanhã. A energia que pretendia gastar neste domingo era suficiente apenas para as minhas necessidades metabólicas, e talvez para o movimento do controle remoto. Que bom seria que a vida fosse ainda mais parecida com a física, aonde iríamos possuir direito de escolha pleno e aonde todos teríamos trabalho, mesmo sem fazer “nada”.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Faz sentido...

Este blog ultimamente tem sido meu diário. É uma atitude irresponsável, feminina, expositiva, infantil, e totalmente não-profissional. Alguns podem dizer que escrevo como uma válvula de escape para meu próprio inconsciente. Seria muito errado afirmar isso, o meu inconsciente não poderia ser publicado aqui. Os meus textos são superego e não Id, podem ter certeza. Outros podem dizer que escrevo aqui para aparecer, para ser percebido. Talvez... tenho de pensar melhor nisso. Escrevo porque gosto, e porque tem estilo. Acho que no fim é isso. Seria legal que fosse isso.

Lêrêrê

Fizemos uma música de sucesso, ela é de péssima qualidade, a letra é flutuante, cada pessoa a canta como quer, existe essa interatividade de versos serem feitos por quem a escuta. Acho que realmente trazemos algo de novo a mesa, uma idéia EXTRAordinária, talvez na Bienal fossemos melhor compreendidos, mas sinto que temos uma melodia contagiante, e isso é meio caminho andado, funcionou com o Funk, com o grupo “as meninas” e com todos os outros estilos musicais que possuem apenas melodia. Seria como se você pudesse colocar versos nas sonatas de Mozart. Por enquanto a chamamos de Lêrêrê. Para os fãs e entusiastas da banda, contatos para shows podem ser feitos através deste blog.

Oi !

Já faz um bom tempo que não coloco nenhuma humilde observação sobre nada aqui neste blog. Tenho meus motivos e não tenho internet. Nesse meio tempo até escrevi uma coisa ou outra, mas creio que meus textos sejam muito momentâneos, não sei se ainda valem. Assisti alguns filmes nesse meio tempo, provavelmente dentre os quais “O Lutador” seja digno de alguma espécie de comentário e “A tribo” seja digno de uma recomendação, NÃO ASSISTAM! “O Lutador” tem ares de documentário, não tem a fotografia de um filme, ele é o retrato fiel de uma vida marcada pelos excessos de uma vida profissional de um lutador de wrestler e pela ausência deste nos outros âmbitos de sua vida. Já vimos esse arquétipo antes, mas é claro, com outras profissões mais ordinárias do que esta. O filme é válido pela atuação de Mickey Rourke, indicado ao Oscar, mas não me surpreendeu em mais nada, você espera uma reviravolta no filme e ela não vem. Saímos com essa sensação de que a vida é realmente um saco. Moral da história: Cuidado com as escolhas que você faz, algumas delas são estradas sem retornos, sem segunda chance. Nesses últimos dois dias tenho tido uma vontade de estudar mais, fazer alguma pesquisa científica sobre algo, enfim, fazer alguma coisa... Espero que essa vontade se torne algum tipo de ação, senão terá sido em vão todo esse tempo pensativo. Aliás, as pessoas têm me dito que estou triste. Eu mesmo não me sinto assim, mas entendo o porquê de me questionarem isso, estou com uma fascies depressiva. O final de semana chegou, minha família inteira viajou e eu realmente não tenho idéia do que vou fazer. O Gama nunca esteve tão frio, tão inóspito como nestes últimos dias... Bem, por enquanto é só, acho que pelo meu tédio homérico vocês verão muitos textos até segunda-feira. Aquele abraço e obrigado por quem lê algo neste blog. Fico feliz de saber que não estou falando sozinho, seria o primeiro indício de insanidade.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

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Não é só criatividade, é audácia e uma pitada de falta de vergonha na cara.

Papai do céu, não deixe que estes estranhos sejam goianos, Amém.

39º

O dia é um pequeno resumo da idéia da vida. Acordamos, somos expostos a uma sorte de escolhas, de diversas complexidades ao longo de seu percurso, e mais cedo ou mais tarde nos colocamos a dormir. O ser humano teoricamente, nasce, cresce, reproduz, envelhece e morre. Não acho uma boa definição de vida e muito menos plausível quando remontada aos nossos dias. Muitas pessoas não crescem todos os dias. Fisicamente à partir dos 20 anos já iniciamos nosso processo de morte fisiológica, e devido ao trabalho realizado iniciamos uma diminuição na estatura, que é normal, principalmente pela descompensação da coluna vertebral ao longo dos anos. Em um sentido figurado, muitas pessoas se apequenam todos os dias, frente aos desafios da vida. Quanto ao reproduz, que maravilha seria, é uma utopia da qual compartilho com o autor da frase, mas infelizmente ainda não é uma realidade para todos. Envelhecer... É relativo, meu pai ficou anos mais jovem no dia em que descobriu que seria lançado no cinema Star Trek com o destemido Capitão Kirk. E como ele, redescobrimos prazeres antigos, valores importantes de quando éramos mais jovens. E nos rejuvenescemos por um dia. Por um momento. O tempo é relativo, isso é comprovado cientificamente, matematicamente. Eu acho isso impressionante, sou só eu? Então me restou nascer e morrer todos os dias. E especificamente no dia de hoje, vivo um resumo de uma vida nada fácil. Nasci enfermo, com fraqueza muscular, febre de 39º, dores de cabeça em salvas, do tipo pontada, holocraniana associada à coriza nasal, provável faringite e perda de apetite. Não sei se conseguiria passar uma vida desta forma, e esta é a realidade de alguns, suas rotinas, por anos! E um sonho para alguns com situações muitas vezes piores. Isso me faz refletir sobre a importância das dádivas que recebemos todos os dias. No discurso de meu avô neste último dia das mães, ele nos contou uma experiência que teve com um de seus pacientes. Tetraplégico após um acidente de moto, longo conhecido do hospital aonde foi acompanhado por anos, um dia foi encontrado chorando copiosamente porque havia retirado uma mosca de sua boca, algo que ele referiu como a situação mais humilhante, inoportuna de sua condição. Não tinha o interesse de ser sensacionalista em nenhum momento, mas esse é um fato e não um conto. Temos vergonha de nos confrontarmos com uma realidade pior que a nossa, é constrangedor. Porque é claro, não somos suficientemente gratos pelo que possuímos. E nunca o seremos. Neste momento meu único desejo é poder, neste dia, “morrer” em paz, mas já não me incomodo tanto com meus sintomas, me sinto corajoso em poder carregá-los e de certa forma até zombo deles. E não é gripe suína! Poderia ser...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mãe

Odeio generalizar, mas TODO MUNDO, já foi colocado diante daquela mesma situação. Um lápis na mão, uma folha chamex A4 cortada na metade, com borda de rosas do clip art e um título na fonte Lucida Console que dizia. A minha mãe é... Muitos padrões foram estabelecidos desde então. A velha brincadeira de imprimir adjetivos as letras do nome (ANA virava, Amorosa; iNteligente; Angelical) Esse angelical era demais, ninguém sabia muito bem o que significava, mas soava bem. Soava como um grande elogio. Alguns modestos iniciavam seus textos assim, minha mãe é muito especial pra mim porque ela me pôs no mundo. Sim, tudo bem amigo, sua mãe então é uma fêmea, que nasceu com a missão de dar a luz ao escolhido (Neo?). Alguns parcialmente honestos, diziam: “... ela as vezes briga comigo, mas ela é a coisa mais importante da minha vida”. E no dia dos pais, estas mesmas pessoas escreviam “... ele chama minha atenção, mas é a coisa mais importante da minha vida”. Eu me recordo também, de algumas tentativas esdrúxulas que tive, uma espécie de poesia, com rimas forçadas no infinitivo (... quando eu crescER, espero sER... para podER) e me lembro também da última vez que recebi esta escalafobética missão, já era ensino médio, eu não esperava por aquilo, mas sim... A velha e boa frase “A minha mãe é...” e algumas linhas em branco surgiam novamente. Desta vez eu me recordo que não escrevi nada e justifiquei ao professor que preferia dizer ao vivo o que sentia por minha mãe. Um absurdo! Recebi na hora um olhar inquisidor que dizia QUE FEIO! Não ama sua mãe? Shame on you! Confesso que em parcela era preguiça. Mas uma preguiça por estar fazendo algo IMPOSTO (É hora de amar as mães! Todo mundo 30 linhas!) e muito provavelmente de péssima qualidade, algo que eu só poderia mostrar mesmo para a minha mãe, porque só ela iria gostar. Isso tudo faz parte da idéia da escola formar um cidadão. Que ama a mãe. E o pai, mas mais a mãe que o pai. Mas de qualquer maneira, me restava àquela pulga atrás da orelha por saber que por mais que nunca seja suficiente, qualquer palavra, qualquer gesto, pra poder recompensar uma mãe, algumas atitudes, cabem, e expressam uma parte de um todo que existe, mas que é demasiado complexo a ponto de ser decifrado, descrito, impresso. No fundo, a mãe sabe, e o filho sabe que ela sabe, e então por isso às vezes ele cala, talvez, um pouco de vergonha de dizer, porque ela faz tanto e a gente tão pouco, o embaraço. Um pouco por não saber o que dizer, por onde começar. Hoje eu gostaria então de pedir licença, para poder dizê-lo. Não tudo, nem como eu gostaria, mas como eu posso. Desculpem-me se acaso for tão ruim a ponto de apenas o amor materno poder apreciar, mas esse é o intuito. Luciana Gomes de Andrade Milazzo. Eu te amo muito, você é a coisa mais importante do mundo pra mim! Me desculpa por todo o trabalho, por todo mal que possa ter te causado e obrigado por tudo que você fez e faz pra mim. É pessoal, eu tentei, escrevi, apaguei e reescrevi, mas no fundo, quando se trata da nossa mãe, o texto sempre vai se tratar de uma hipérbole amorosa, porque é exatamente assim que nos sentimos. Alguns mais agraciados fazem canções, versos lindos. Mas que dizem em suma, exatamente a mesma coisa que eles diriam se fossem crianças, porque crianças são quando estão com a mãe. Ainda pedem bença, levam problemas impossíveis de serem resolvidos (A não ser pela mãe, que sempre consegue), choram, pedem carinho e muito pouco dão em troca. Hoje não é dia das mães, mas ela merece! E eu não estou querendo dinheiro, antes que você me pergunte mãe.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A fúria das galinhas

Hoje eu sonhei que minha civilização havia sido destruída por um exército de galináceos, fortemente armados e insuportavelmente organizados em torno de um estratagema complexo de ataque. Não me lembro muito bem dos detalhes, sei que perdi, pois não achava o restante de meu contingente que não havia ainda chegado ao front principal de batalha. Lembro-me de uma espécie de Comandante GALO, com sua armadura de cobre, empunhando sua espada e gritando enquanto destruíam minha aldeia e meu povo. O que Freud diria disso hein? Acho que se Sigmund fosse mais contemporâneo ele me diria que eu sou apenas um bastardo que passou tempo demais de sua vida dedicado a prática irresponsável dos jogos online... O que é verdade! Aprendi muitas coisas nos jogos em rede, estimulei meu córtex, meu reflexo, minha coordenação motora, treinei meu inglês, aprendi um pouco de espanhol, palavrões em quase todos os idiomas, fiz amigos nos quatro cantos do globo, e inimigos também, aliás, bem mais inimigos, é assim quando se está em guerra constante em um planeta inexistente. Aprendi a conviver aonde não há misericórdia, não há remorso, aonde alguém te mata pra testar uma nova arma. Aprendi que quando há alguém no poder, sempre existirão os que irão se unir para derrubá-lo, e que quando estes conseguirem, tornar-se-ão igual ou piores aos antigos. Aprendi que temos de treinar e caçar às vezes por muito tempo para ficarmos fortes, e que não há caminho fácil para chegar ao topo, muito menos para manter-se lá. Aprendi que existem pessoas boas também, que podem te ajudar quando você menos espera. Aprendi que conseguir as coisas de bandeja não tem graça, que o interessante é o conquistar e não a conquista em si. Aprendi que com certeza uma hora irei morrer, é inevitável. E que não devemos desafiar de forma não inteligente aqueles que são mais fortes que nós. Aprendi que não podemos desistir se forem injustos conosco, ou se está difícil crescer no jogo, se estamos de fora do grupo que domina o Server. Aprendi a negociar itens, e que sempre há um malandro que tenta te passar a perna. Eu aprendi muita coisa. Principalmente que a nossa vida não é tão diferente dos jogos online.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Insônia

16 a 40% das pessoas em geral sofrem de insônia. Em um estudo realizado pela Universidade de Stanford, EUA, indivíduos que não dormiam há 19 horas foram submetidos a testes de atenção. Constatou-se que eles cometeram mais erros do que pessoas com 0,8 g de álcool no sangue - quantidade equivalente a três doses de uísque. Igualmente, tomografias computadorizadas do cérebro de jovens privados de sono mostram redução do metabolismo nas regiões frontais (responsáveis pela capacidade de planejar e de executar tarefas) e no cerebelo (responsável pela coordenação motora). Esse processo leva a dificuldades na capacidade de acumular conhecimento e alterações do humor, comprometendo a criatividade, a atenção, a memória e o equilíbrio. O pico de produção do hormônio do crescimento (também conhecido como GH, de sua sigla em inglês, Growth Hormone) ocorre durante a primeira fase do sono profundo, aproximadamente meia hora após uma pessoa dormir. A leptina, hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade, também é secretada durante o sono. Pessoas que permanecem acordadas por períodos superiores ao recomendado produzem menores quantidades de leptina. Resultado: o corpo sente necessidade de ingerir maiores quantidades de carboidratos. Os sintomas principais são falta de vigor físico, envelhecimento precoce, diminuição do tônus muscular, comprometimento do sistema imunológico, tendência a desenvolver obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e gastro-intestinais e perda crônica da memória. Do que se tem registro na literatura especializada, o período mais longo que uma pessoa já conseguiu ficar sem dormir foi de onze dias. Por curiosidade, Napoleão Bonaparte e Margaret Thatcher dormiam quatro horas por noite; já Albert Einstein precisava de dez horas de sono. Enfim, após esta pesquisa cheguei a algumas conclusões: 1ª - Muitas pessoas sofrem de insônia, inclusive eu; 2ª - É preferível tomar whisky e dormir bêbado e feliz do que ficar acordado; 3ª - Começo a achar que Napoleão Bonaparte era nanico de sono!; 4ª - Margaret Tatcher ainda permanece um mistério para a ciência; 5ª - A leptina é mais produzida a noite, mas não me venha dizer depois de passar o dia inteiro comendo feijoada, buchada de bode, 2 engradados de cerveja com tiragosto de linguiça (Que com a nova regra gramatical é lingíça) que "Ah! Acho que eu engordei esse final de semana porque eu dormi muito pouco"; 5ª O resultado negativo da insônia é ENVELHECER e pronto. Se você perde músculo, ganha gordura, fica baixinho, com a defesa baixa e diabético... Então você é VELHO. Me vêm a sensação de que estamos semi-mortos quando dormimos, e por isso não gastamos nossos pontos de vida!; 6ª - Não me venha dizer. Viu! Einstein dormia 10 horas por dia, então é o certo. Caro amigo, muitas pessoas dormem 10 horas por dia e são chamadas apenas de vagabundos, ordinários, entre-empregos. A verdade é que como tudo na vida... DEPENDE! Existem pessoas contra-producentes a noite, outras pela manhã. Pessoas que fumam a vida inteira e morrem com 90 anos, e pessoas que não fumam e morrem de câncer de pulmão. Margaret Tatcher dormia quatro horas por dia e teve grande importância política, existem pessoas que dormem 4 horas porque fumaram Crack na Crackolândia. Winston Churchill quando perguntado o segredo de sua longevidade respondeu: "Esportes! Nunca os pratiquei". 7ª e última - De uma jeito ou de outro, se eu tivesse dormido, nunca teria me importado, nem ao menos escrito isso. Por outro lado, enquanto escrevo a única coisa em que penso é em dormir o sono REMnsga. É importante então usar do sono e da falta dele. O equilíbrio é a base de tudo na vida! ying e yang, dia e noite, xitãozinho e xororó. Um bom dia pra vocês, ou uma boa noite.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O violão

Matéria inanimada, madeira trabalhada com cordas de nylon já gastas pelo tempo. Mas ainda sim, trouxe ânimo, inspirou canções, melodias, versos e até atitudes. É indescritível o efeito impactante que provém de onde menos se espera. A surpresa é o elemento chave muitas vezes nas maiores guerras e nas pequenas alegrias. Negligenciado por anos, nunca reclamou, resmungou, nem ao menos se quebrou, perdeu o toque, tocou mais baixo... E hoje depois de muito tempo, quando tocado, quase que agradeceu a oportunidade, como quem tinha algo a falar, mas havia sido calado. Acho que no fundo eu que agradeço... no embalo dessa canção que vêm só com melodia pois me falta a voz, me senti e me sinto muito agradecido. Fiel escudeiro, retornastes ao que é teu de direito. O direito de dizer, sem falar.

Silence is golden.

O silêncio oportuno é mais eloqüente que o discurso. Esta meus senhores é a frase do dia! Hoje destruíram um castelo que eu construí, era o mais bonito, útil e manhoso que eu tinha. Malditos sejam! (Se bem que eu acredito em uma atividade interna...) Enfim, não chorarei pelos escombros, um dia construo outro, isso eles não podem me tirar. Hoje homo sapiens sapiens que somos, acendemos um fósforo na parede do banheiro... A auto-suficiência é um deleite para os fortes de espírito! E só me resta uma enigmática no dia de hoje, foi preciso construir o fio, para depois inventarem a ausência dele. O futuro está na desinvenção do que existe hoje ou na invenção genuína, no criar? Acho que já falta criatividade ao mundo... Desculpe se não fui bem claro, não era meu interesse de qualquer forma.