sábado, 7 de maio de 2011

Ourselves

Que grande mistério somos, ambos, encarcerando tal gama de sentimentos, de todas as sortes, em um único recipiente, o nosso. Somos um vasilhame sem fundo e sem tampa, cabe a nós nos preenchermos com extrema cautela, para que tenhamos as porções boas que criamos sempre a alcançe das mãos, na superfície, quem sabe para tirarmos eventualmente um sorriso da manga, um afago. Quanto aos desencontros, as desavenças, que os deixemos sempre de fora, pois é sabido que uma única laranja podre pode contaminar toda uma bela cesta. Imperfeitos e feitos um para o outro, somos agora, o que é e o que está por vir. Somos este extravagante vasilhame, repleto de cores, o qual de ti puxou a beleza e de mim qualquer coisa que seja. Gostaria eu de acrescentar todos os dias um pouco mais de você, meu tempero, minha música, porém, com você sempre vai um pouco de mim. Fazemos parte de uma inusitada sinestesia. Um pote, onde colocamos primeiro o amor, seguro de si, mas preso ao mais frágil dos cofres, nós.