domingo, 21 de novembro de 2010

Muito prazer.

Vou tomar meu primeiro drinque de deleite essa semana, deglutir o som remasterizado de uma música velha, bem ao fundo, só aquele velho chiadinho. Hoje sou indeflectível, inalcançável, e mais algumas palavras bonitas. Hoje sou o ontem, só que um pouco mais gordinho. Dois amigos percorriam um caminho, mas apenas um deles ia de tênis. Moral da história? Um homem prevenido vale por dois. Tenho que ir, minha carona chegou. Muito prazer. Meu nome é...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Knight

A esta altura estou convencido de que o verdadeiro valor do dinheiro consista em providenciar aquilo que você não gosta de fazer, não tem tempo de fazer ou não sabe fazer. Com a quantia adequada eu poderia ordenar que fizessem aquela pilha de tarefas estúpidas mas extremamente necessárias, as quais repudio e repilo. Imagine um mundo de pamonhas despidas, prontas para o consumo imediato, de barbas feitas sem nem mesmo abrir os olhos. Venho travando um duelo com minha própria sorte, acho que tenho um quê de destemido, aguardando sempre o último round, confiando no golpe certeiro. Ontem mesmo, perdi duas mãos na canastra de forma vergonhosa, mas mesmo assim fui sorteado com um ingresso de R$160,00. Alguns vêem justiça, mas eu vejo uma pitada de sarcasmo. Importante é saber se quando soar o gongo final, estarei eu lá segurando a taça de campeão. No fundo, acredito muito em mim mesmo. Não sei de onde patavinas tirei isto, mas é algo que hoje é inerente, meu maior aliado e meu pior inimigo. Vivo sobre circunstâncias as quais não aprecio, já de longa data. Mas meu futuro, me fascina. Já é um belo caminho este que percorri, contanto, o que me atrai são as possibilidades que tenho daqui pra frente, e inclusive, as batalhas que travarei. Sou um lutador nato, sempre com os olhos no alvo. Posso não ser o mais rápido, mas sei muito bem onde quero chegar. Posso não conhecer inteiramente o caminho que tenho pela frente, mas definitivamente não tenho medo de arriscar. Fui agraciado com presentes que não são meus, com força que não é minha, por isso tenho a certeza do êxito, mais cedo ou mais tarde, levantando mil vezes se necessário, estarei lá, onde eu sempre quis estar, desempenhando um destino que ainda desconheço.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Um dia normal

Acordei em um balde d'água, de início procurei meus óculos escuros, não poderia passar sem eles, depois aluguei uma bóia de um senhor escandinavo chamado Yürgen, porque ele jurou de pés juntos que inventara o velcro. Era realmente uma delícia porque qualquer remada era um 360º e a sensação de segurança era inebriosa. Achei estranho porque era lua cheia mas peguei um bronzeado até bacana, tive que ligar pra Cecília para contar, ele já tentou de tudo, cerveja, coca-cola e até ácido. Na falta do que fazer liguei pra Karl Marx e ele me mandou comprar 100 mil reais em ações da Petrobras (Achei meio conservador, mas fazer o quê). Enfim, como me deram brecha comprei uma bandeira para fincar e ser o dono do balde, mas na falta de lugar melhor finquei na bóia mesmo. É impressionante, anos de natação e no desespero é sempre o bom e velho estilo cachorrinho que nos salva, esperniei tanto que a água virou manteiga e eu saí do balde, eu e aquele rato que sabia tudo sobre manteiga. Tomei umas duas cervejas enquanto ele me contava de seu terno Armani e de suas contas nas Ilhas Maldivas, pedi que me indicasse um bom aluguel de carros e acabei por ir a pé mesmo. Na ida, perguntei a três velhos magos que me deram presentes e me mandaram para Califórnia, no meio do caminho fui preso, a polícia não acreditou na minha versão, mas tudo bem, fiz grandes amigos na cadeia, um deles se tornou presidente e o outro eletricista. Meu cabelo e minha barba cresceram tanto neste período que eu perdi o referencial do pescoço e acabei amarrando minha correntinha no pé mesmo, tem algum estilo. Saí atrás do SWU mas descobri que havia algo de ecológico, fiquei nauseado e vomitei. Na saída do show um grupo de babuínos me deu uma carona, mas os elefantes são demasiado lentos, então tirei um cochilo. Acordei em Madagascar, puto! Inventei aquela moda de andar só de cueca, mas logo me roubaram a patente e venderam horrores na Índia. Me apaixonei 3 vezes, mas acabei me casando com uma desconhecida, a engravidei e depois de nove meses nasceu uma ótima idéia, a qual guardei pra mim mas nunca contei a ninguém.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vamos?

Que gostoso seria por hora, pausar tudo o que existe e correr! Acelerar um jipe em uma imensa duna de areia, limpar a espuma do olho em uma festa de Ibiza, comer um kebab de carneiro no afeganistão, esquiar em Aspen, assistir um jogo do Toronto Maple Leafs em Quebéc, ganhar uma bolada em Vegas, surfar nas ondas do Caribe, tomar um café em Paris, um chá em Londres, um whisky na Escócia e uma boa vodka na Rússia. Comer um pastelzinho de Belém em Portugal, ver os monges do Tibet, ver uma vaca impáfia na Índia, ir à bolsa de Nova York, a uma tourada na espanha e dormir deliciosamente na Itália depois de uma bela pizza pro jantar. Vamos?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Náuseas

Preso no tempo, entre um passado de erros e um futuro de responsabilidades. Tendo caminhado um tempo por esta vila de sonhos e estultícies por vezes me vejo completamente perdido. Julgando saber o caminho a percorrer, sinto que tropeço em meu cadarço todas as vezes, e por muitas, quase chego lá. Tenho lutado contra meus próprios demônios, mas estou demasiado cansado, já jovem, de tudo que vem pela frente.

Reflito sobre a vida dos outros, se também passam por isso ou se é um fardo exclusivo, uma sina minha. Há uma grande estrada a percorrer, mas falta ânimo, propósito para encará-la. Devo caminhar por caminhar?

Aguardo o momento de uma grande reviravolta, mas não me vejo como o protagonista de tal drástica mudança. Definitivamente estou entediado de tantas paixões fracassadas de tantos projetos estagnados, de pessoas que vão e vêm em minha vida, e tenho me cansado ultimamente de mim mesmo.

E não há descanso que baste, férias que cheguem pra mim. Justo agora, quando preciso correr parece que estou doente, incapacitado. Escrevo com o vômito de desespero frente as minhas dúvidas e meus sonhos que são tudo que ainda me resta.

Já me peguei esperando uma guerra, o fim do mundo, mas nunca o fim de mim mesmo, seria ridículo morrer assim. Muito dos sonhos e planos que eu tinha quando criança já morreram e tudo que eu mais quero é mostrar o dedo do meio para o mundo, deitar e assistir um filme de comédia. O pior de tudo é que sei exatamente o que fazer para sair desta condição, mas de teimosia não o faço.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Guerra de tiranos nas Ilhas Maurício

Haviam três grandes gordos tiranos, todos se vestiam de maneira completamente desapropriada e espalhafatosa. Três grandes imensos desejos os rondavam. Dominar um continente, conhecer a si mesmo e conquistar o coração de uma mulher. Por anos de guerra alcançaram, todos, o primeiro objetivo. Para o segundo desejo foram necessários um discurso público e um livro (Manifesto de mim mesmo) para que fossem definidos os finalistas. Por fim, a derradeira e complicada missão, o coração da mais bela jovem do reino. Um dos gordos tiranos ordenou que a bela o amasse, a atitude não surtiu efeito algum. O outro apressou-se em retirar com as próprias mãos o órgão vital do peito da jovem moça, demonstrando assim toda sua tirania. No que ela falece surge um velho sábio que os desafia: Qual de vocês é o maior tirano? O primeiro afirma que um bom tirano não trata dos assuntos pessoalmente, sempre ordena que o serviço seja cautelosamente executado,e por isto, seria ele o maior tirano. Já o segundo clama pela vitória ao mostrar que possui em suas mãos a prova viva do próprio amor. O sábio conclui que ambos são em verdade perdedores, que o primeiro ordenou amor e recebeu indiferença e que o segundo na busca do amor encontrou a solidão. O amor é um poço que se cava com a verdade, com carinho e respeito,e estas, são especiarias despendiosas do caráter que, tirano algum, jamais possuirá.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Auto-retrato

Nunca fui de tirar fotos. Se pudesse pintaria retratos, pintaria toda minha vida. Faria um retrato meu de quando era criança apenas com um estojo de giz de cera, um saco de risadas e um pouco de graxa de bicicleta, quando terminasse colocaria a obra em holograma, igual o Jumanji. Em minha adolescência retrataria todos os bons e ruins aprendizados da vida, mas isso tudo no fundo, na frente seria eu, minha namorada, um aparelho e uma espinha enorme no meu nariz. O retrato do hoje seria multifacetado, de um lado jaleco, estetoscópio e um livro, e do outro, uma mulher, uma cama, uma moto, uma ferrari e um bilhão de dólares guardados em malas espalhadas pelo chão da sala. E daí? Qual o problema? O quadro é meu e eu pinto ele do jeito que eu quiser.

O frio



Era chegada a hora. Lá estava eu, vacilando nos passos descalços em direção ao lago Inari. Meus guias eram os espíritos do antigo povo Sami, indígenas do norte da Lapônia. Meus olhos estavam perplexos com a Aurora Boreal, seguindo-a, digerindo cada fração de cor de seu caleidoscópio. Dentro de mim tocavam velhos hinos italianos, que cantavam sobre a vida e a toscana que jamais possuí. Os motivos de meu ato ainda não estão esclarecidos por contento, como o poeta, culpei o sangue que me sobia a cabeça. Meu próprio espanto, era meu maior álibi. A água era congelante, um dos poucos lagos demasiadamente grandes para se tornar pista de esquiar. Meus joelhos tremeram e até se tocaram enquanto eu avançava, mesmo assim segui em frente. Os dentes rangiam de frio e de desespero. Ironicamente, no quadro mais belo de toda minha existência se desenrolava quem sabe, o mais trágico desfecho. A impressão é que minha pele estava em chamas, meu coração bombeava mais lentamente, porém, de forma mais intensa. Presumi que meu sangue havia mudado de cor, para um tom mais sóbrio, menos extravagante. Mal sentia o peso do corpo que carregava no colo, descobri que a culpa pesa toneladas. A água no peito dá a sensação de que simplesmente pararemos, soa como o último gongo do relógio. A idéia era deixá-la ir, abandoná-la na porção mais bela da terra. Todavia sentindo-a, mesmo que gelada e cheia de ossos, inanimada como uma boneca de porcelana, a amei. E compreendi subitamente, como em uma obra shakespeareana, o trágico desfecho do amor. Fitei a Aurora Boreal pela última vez, e descansei, sentindo o amor finalmente, em meu coração e tomando o último gole amargo que tomaria nesta vida.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mulher

Ó beleza, onde está tua verdade? Parafraseando Shakespeare para quem sabe, dirimir a embasbaquice que me contorna às pressas e já dá tantas voltas, que ando com ares de retardatário. Amante da beleza desde o primeiro tapa, ainda desdentado, imberbe, trago comigo o sentimento da mais profunda insensibilidade para tudo aquilo que é, em verdade, exageradamente belo. Uma bela pintura, uma boa música, são obras humanas, altamente apreciáveis e porquê não, maravilhosas. Entretanto, uma bela mulher, é obra do Divino, é prova concreta daquilo que a fé não exprime, que os lábios não explicam. Uma bela paisagem pode ser explicada, pelo clima, por preservação, pela mata vigente, entre inúmeros outros aspectos. Mas a bela mulher em si, não se explica, nem ao menos se compreende. Tendo que a beleza, não circunda apenas os bolsões da genética. Mesmo esta, é resultado de milionésimas dominâncias e recessos, e por ocasiões degringolam em faltas e excessos. A beleza é aquele número áureo resultante de todas as variáveis como voz, cabelo, olhos, personalidade, trejeitos, sensações e inclusive corpo, peitos e bundas. E por fim, mas não menos importante a última variável, que é a alma de quem a enxerga. Tal sinestesia é argumento incontestável do magnânimo, que por bom senso vamos adimitir, não concederia o dom da vida para um reles mortal. Apenas para uma obra-prima.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A desimpressão

Vai Carlos! Ser gauche na vida. Conceitos são abstratos porque omitem as diferenças entre as coisas em sua extensão (semântica), tratando-as como se fossem idênticas e substantivas. Por muitas vezes somos tendenciosos ao arquétipo, a superfície. E é certo que em tudo se vê, se escuta ou se projeta primeiramente a capa, o raso. Mas assim como o mar, que esconde em seu raso areia e conchas cada um de nós possuí igualmente um belo e profundo universo, das mais variadas cores, vidas e sensações. O próprio mar se reserva, se protege em lugares que só ele mesmo conhece, assim como eu e você. Todavia, penso eu, que se acaso o mar se apaixonasse, ou até mesmo se encantasse, quem sabe pela lua, ele faria questão de todas as noites refleti-la mostrando assim a magnitude de sua beleza única, que no amanhecer da Aurora, quando ela se despidisse ele se esticaria todo para beijar o céu, e se, por obséquio, fosse ousado o bastante até a convidaria para mergulhar em seu universo, e desfrutar o som único que o silêncio tem, assim como o gosto temperado que possui o azul do mar.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O.W.

"A história da mulher é a história da pior tirania que o mundo conheceu: A tirania do mais fraco sobre o mais forte".
Oscar Wilde

terça-feira, 13 de julho de 2010

Good spirits

Joguei meu baralho de tarô sobre a mesa. As cartas foram alocadas randomicamente em grupos separados e reagrupadas aleatoriamente antes de serem destribuídas. Revelo-as em uma configuração cabalística, procurando significados profundos em sequências numéricas, cartas semelhantes ou sequências de cartas da mesma qualidade. Subitamente, durante meu conflito interior de auspícios e desapontamentos sinto uma brisa úmida de calor da noite, percebo o cheiro bom que vêm da cozinha, o emaranhado de estrelas costuradas no céu e realizo que bem ou mal o futuro poderia esperar ao menos mais uma noite, porquanto aquele momento seria ideal para o futuro um dia imaginado, só por esta noite. Eu prometo.

O caminho

Tao. É a linha invisível do destino, para quem acaso acredite em predestinação. Por si só o destino é dúbio. Existem duas definições para o destino, uma mística, lúdica, que imprime que nossa história já foi escrita (maktub) e que independentemente do que façamos o resultado final já é conhecido. Como diria o meu amigo Aurélio "A fatalidade a que estariam sujeitas todas as pessoas e todas as coisas do mundo". A outra definição é de direção, rumo, um local para o qual nos dirigimos outrora ou iremos porventura nos dirigir. De qualquer forma, para ambas interpretações de destino coexiste o caminho, quer seja ele conhecido ou construído ao longo dos anos. Eu mesmo me agrado da idéia de poder construir meu próprio destino, de poder plantar para colher, da mesma forma que ocorre em inúmeras situações na natureza, todavia, da mesma forma que Deus criou a semente, ele criou as tempestades, para nos lembrar sempre que se traçamos um caminho é por seu consentimento e por sua justiça. Parafraseando Mandela: Eu sou senhor do meu destino! Eu sou o capitão de minha alma; se assim Deus me permitir.

sábado, 19 de junho de 2010

Daltonismo

O daltonismo pode representar uma vantagem evolutiva sobre as pessoas portadoras de visão normal, tal como descrito num artigo publicado pela BBC Online. [2]
Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Cambridge demonstrou que algumas formas de daltonismo podem, na verdade, proporcionar uma visão mais aprimorada de algumas cores.
Durante a 2ª Guerra Mundial se descobriu que os soldados daltônicos tinham mais facilidade para detectar camuflagens ocultas na mata.
Os daltônicos possuem uma visão noturna superior a de uma pessoa com visão normal.
Eles também são capazes de identificar mais matizes de violeta que as pessoas de visão normal.
A maioria dos daltônicos não sabe que possui esta anomalia.
A percepção das cores varia muito de uma pessoa com daltonismo para outra.
O pintor Vincent van Gogh sofria de daltonismo.
A incidência de daltonismo é maior entre os descendentes de europeus.
Os daltônicos vêem, em média, entre 500 a 800 cores.
Normalmente as cores prediletas de quem tem esta alteração genética são o azul ou roxo, por serem cores vivas.
Para os daltônicos o arco-íris não possui 7 cores. Na verdade, o número de cores do arco-íris é arbitrário, uma vez que não há limite bem definido entre elas, pois se trata de um espectro de variação contínua. A divisão entre as cores segue padrões definidos culturalmente. Muitas línguas, como o tupi e o japonês tradicionais, juntam azul e verde sob um mesmo nome. Quem "definiu" que o arco-íris teria 7 cores foi Isaac Newton, por questões de numerologia. É provável que a maioria das pessoas não separariam "anil" de "violeta", se não fosse ensinado a elas assim.
A proporção de generos dessa disfunção é de 75 homens daltônicos para cada mulher, o que fez com que se acreditasse durante muito tempo que as mulheres eram imunes a ele.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Texto de Luciana Milazzo (Mãe)

EFÊMERO..
(de pouca duração, passageiro, transitório)
Se pudéssemos ter consciência do quanto a nossa vida é efêmera, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas , mesmo ainda em botão.
Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranquilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas a gente não sabe adivinhar. A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor.
E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros.
Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos.
Perdemos dias, às vezes anos. Nos calamos quando deveríamos falar, falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio.
Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação. Não damos um beijo carinhoso "porque não estamos acostumados com isso" e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.
E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós.
Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente. Cobramos dos outros, da vida, de nós mesmos.
Nos consumimos. Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente. E se experimentássemos comparar com aqueles que possuem menos? Isso faria uma grande diferença!
E o tempo passa...
Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa.
Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás. E então nos perguntamos: e agora?
Agora, HOJE, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos.
Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.
Não olhe para trás. O que passou, passou. O que perdemos, perdemos.
Olhe para frente!
Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor.
Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida, que mesmo efêmera, ainda está em nós.
Pense!...
Não o perca mais!...
"O que somos é um presente que a vida nos dá. O que nós seremos é um presente que daremos à vida."


Luciana Milazzo

terça-feira, 15 de junho de 2010

mazal-tov !

Nunca tive uma festa de Bar Mitzvá, nunca fui judeu. Mas com certeza compreendi todo o encejo do ritual de passagem, que com muita alegria, comedida e mensurada, representa o despertar das responsabilidades de cada um de nós, quer sejamos homens ou mulheres, não apenas perante os nossos irmãos, mas perante Deus principalmente e em segundo plano, perante nós mesmos. Ou seja, o ritual de Bar Mitzvá é a grande maçã do Éden, a culpa, o saber da condenação. A torah é introduzida e uma vez que você tenha conhecimento dela é tarde demais. Muitas vezes, dentro da minha própria religião questionei este saber que condena e teimo em pensar que a ignorância de certas coisas é de fato uma benção, que nesta situação hipotética até implicaria senão em uma absolvição, em uma redução de pena. De fato a curiosidade acabou levando o homem ao pecado; pouco se fala sobre a sabedoria de simplismente deixar algumas perguntas de lado, de não procurar chifre em cabeça de cavalo. Penso também que a curiosidade foi da mulher, e que a culpa do homem estava em querer agradá-la. Outro erro universal. Não tente agradar uma mulher esperando de fato conseguir. Nunca encontrei em vida uma mulher plenamente satisfeita, sempre sobram dois quilos. No que concerne ao Bar Mitzvá que bom seria que todos fossemos judeus e que de fato fossemos responsáveis no sentido pleno da palavra. Já que não somos, me resta apenas este impulso quase irresistível de quebrar aquela garrafa de Ypióca na cabeça de alguém, e gritar "mazal-tov" esperando assim encarecidamente que ao menos o juízo retorne com a pancada.

BOOM !

Ufa! Retorno como quem sai debaixo d'água, o arfejo desesperado soando quase como um grito no intuito de simplismente respirar. Me sinto confortável aqui, não é como se fosse algum vencedor do Pullitzer, nem ao menos sou um cronista de uma revista de pormenores, mas hoje percebi que sou um escritor. Porque escrevo coisas e me sinto bem. Eu tenho prazer em fazê-lo. Hoje o tão falado Galvão Bueno comentou que o melhor psicólogo para um atacante deprimido é a rede do adversário. Pois para mim é isto. A tônica dos últimos dias vinha girando em torno de novos aprendizados, novas reflexões e é claro ESPORTES. Tudo muito agradável até o dia de hoje. O que era tônica, perdeu o gás. Deixei que a panela de pressão gritasse até explodir e o que eu havia colocado lá dentro, temo que tenha se perdido para sempre. São conteúdos lábeis, voláteis, irrecuperáveis. No começo fiquei irritadiço, depois depressivo e agora obviamente maníaco. Penso e repenso trejeitos maquiavélicos de contornar toda esta situação e conseguir o meu tão desejado e egocêntrico sossego novamente. Refleti sobre o programa que assisti outrora no National Geografic sobre Atiradores de Elite, subitamente desejei ser um deles. Nem tanto pelo matar em si, mas o fato de perseguir alguém dia após dia, impondo medo e terror, hoje, me atraíu. E NÃO! Isto não é uma indireta e e eu não sou um psicopata (Uma destas duas afirmações é falsa). Decidi não dormir para não perder a hora. Há tempos que não acordo às seis da manhã, inclusive, esse é um horário que há muito estava praticamente morto para mim, pois de costume durmo pelas quatro, cinco da manhã e acordo às oito, meio-dia. Portanto exatamente às seis não sei o que se passa, e confesso esqueci. Fiz questão, acho que me lembrava os tempos de colégio.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Férias

O reflexo de umas boas férias é a imagem refletida no nada literário de meu eu interior.