quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Knight

A esta altura estou convencido de que o verdadeiro valor do dinheiro consista em providenciar aquilo que você não gosta de fazer, não tem tempo de fazer ou não sabe fazer. Com a quantia adequada eu poderia ordenar que fizessem aquela pilha de tarefas estúpidas mas extremamente necessárias, as quais repudio e repilo. Imagine um mundo de pamonhas despidas, prontas para o consumo imediato, de barbas feitas sem nem mesmo abrir os olhos. Venho travando um duelo com minha própria sorte, acho que tenho um quê de destemido, aguardando sempre o último round, confiando no golpe certeiro. Ontem mesmo, perdi duas mãos na canastra de forma vergonhosa, mas mesmo assim fui sorteado com um ingresso de R$160,00. Alguns vêem justiça, mas eu vejo uma pitada de sarcasmo. Importante é saber se quando soar o gongo final, estarei eu lá segurando a taça de campeão. No fundo, acredito muito em mim mesmo. Não sei de onde patavinas tirei isto, mas é algo que hoje é inerente, meu maior aliado e meu pior inimigo. Vivo sobre circunstâncias as quais não aprecio, já de longa data. Mas meu futuro, me fascina. Já é um belo caminho este que percorri, contanto, o que me atrai são as possibilidades que tenho daqui pra frente, e inclusive, as batalhas que travarei. Sou um lutador nato, sempre com os olhos no alvo. Posso não ser o mais rápido, mas sei muito bem onde quero chegar. Posso não conhecer inteiramente o caminho que tenho pela frente, mas definitivamente não tenho medo de arriscar. Fui agraciado com presentes que não são meus, com força que não é minha, por isso tenho a certeza do êxito, mais cedo ou mais tarde, levantando mil vezes se necessário, estarei lá, onde eu sempre quis estar, desempenhando um destino que ainda desconheço.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Um dia normal

Acordei em um balde d'água, de início procurei meus óculos escuros, não poderia passar sem eles, depois aluguei uma bóia de um senhor escandinavo chamado Yürgen, porque ele jurou de pés juntos que inventara o velcro. Era realmente uma delícia porque qualquer remada era um 360º e a sensação de segurança era inebriosa. Achei estranho porque era lua cheia mas peguei um bronzeado até bacana, tive que ligar pra Cecília para contar, ele já tentou de tudo, cerveja, coca-cola e até ácido. Na falta do que fazer liguei pra Karl Marx e ele me mandou comprar 100 mil reais em ações da Petrobras (Achei meio conservador, mas fazer o quê). Enfim, como me deram brecha comprei uma bandeira para fincar e ser o dono do balde, mas na falta de lugar melhor finquei na bóia mesmo. É impressionante, anos de natação e no desespero é sempre o bom e velho estilo cachorrinho que nos salva, esperniei tanto que a água virou manteiga e eu saí do balde, eu e aquele rato que sabia tudo sobre manteiga. Tomei umas duas cervejas enquanto ele me contava de seu terno Armani e de suas contas nas Ilhas Maldivas, pedi que me indicasse um bom aluguel de carros e acabei por ir a pé mesmo. Na ida, perguntei a três velhos magos que me deram presentes e me mandaram para Califórnia, no meio do caminho fui preso, a polícia não acreditou na minha versão, mas tudo bem, fiz grandes amigos na cadeia, um deles se tornou presidente e o outro eletricista. Meu cabelo e minha barba cresceram tanto neste período que eu perdi o referencial do pescoço e acabei amarrando minha correntinha no pé mesmo, tem algum estilo. Saí atrás do SWU mas descobri que havia algo de ecológico, fiquei nauseado e vomitei. Na saída do show um grupo de babuínos me deu uma carona, mas os elefantes são demasiado lentos, então tirei um cochilo. Acordei em Madagascar, puto! Inventei aquela moda de andar só de cueca, mas logo me roubaram a patente e venderam horrores na Índia. Me apaixonei 3 vezes, mas acabei me casando com uma desconhecida, a engravidei e depois de nove meses nasceu uma ótima idéia, a qual guardei pra mim mas nunca contei a ninguém.