sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Impressão digital

Dizem que os olhos são as janelas da alma, que em um olhar notamos toda a vicissitude que existe em nós. A escrita pode fintar a percepção dos mais descuidados, mas sempre imprime, a exemplo de um pedágio, uma taxa de sinceridade por parte do autor. O que ele é está no papel, edulcorado, para que a contra-inteligência inimiga não se deleite sobre informações privilegiadas. Não obstante, eu igualmente sou e estou nesse papel, que nem ao menos é papel, é um software programado com as melhores e piores intenções possíveis. Posso lhes dizer que hoje se fizesse uma poesia ela estaria ansiosa, atarefada, barbuda e ligeiramente acima do peso. Mas que com certeza amanhã estará alegre, sem barba, gramas mais magra, alinhada na medida do possível. Essa é a maravilha da escrita, eu mudo e ela muda comigo, eu me bagunço e ela não se importa, eu me arrumo e ela me bonifica. São 51 textos pra 51 eu’s diferentes, que trazem consigo uma marca de nascença, a necessidade de dizer, o egocentrismo, e a curiosidade, porque muitas vezes nem eu sei qual é a verdade sobre mim.

2 comentários:

  1. Adoooooro seus textos!!! ;D

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  2. Eu fico mais inteligente cada vez que leio um texto seu! Vc é um gênio! Parabéns.

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