terça-feira, 15 de junho de 2010

mazal-tov !

Nunca tive uma festa de Bar Mitzvá, nunca fui judeu. Mas com certeza compreendi todo o encejo do ritual de passagem, que com muita alegria, comedida e mensurada, representa o despertar das responsabilidades de cada um de nós, quer sejamos homens ou mulheres, não apenas perante os nossos irmãos, mas perante Deus principalmente e em segundo plano, perante nós mesmos. Ou seja, o ritual de Bar Mitzvá é a grande maçã do Éden, a culpa, o saber da condenação. A torah é introduzida e uma vez que você tenha conhecimento dela é tarde demais. Muitas vezes, dentro da minha própria religião questionei este saber que condena e teimo em pensar que a ignorância de certas coisas é de fato uma benção, que nesta situação hipotética até implicaria senão em uma absolvição, em uma redução de pena. De fato a curiosidade acabou levando o homem ao pecado; pouco se fala sobre a sabedoria de simplismente deixar algumas perguntas de lado, de não procurar chifre em cabeça de cavalo. Penso também que a curiosidade foi da mulher, e que a culpa do homem estava em querer agradá-la. Outro erro universal. Não tente agradar uma mulher esperando de fato conseguir. Nunca encontrei em vida uma mulher plenamente satisfeita, sempre sobram dois quilos. No que concerne ao Bar Mitzvá que bom seria que todos fossemos judeus e que de fato fossemos responsáveis no sentido pleno da palavra. Já que não somos, me resta apenas este impulso quase irresistível de quebrar aquela garrafa de Ypióca na cabeça de alguém, e gritar "mazal-tov" esperando assim encarecidamente que ao menos o juízo retorne com a pancada.

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