sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Auto-retrato

Nunca fui de tirar fotos. Se pudesse pintaria retratos, pintaria toda minha vida. Faria um retrato meu de quando era criança apenas com um estojo de giz de cera, um saco de risadas e um pouco de graxa de bicicleta, quando terminasse colocaria a obra em holograma, igual o Jumanji. Em minha adolescência retrataria todos os bons e ruins aprendizados da vida, mas isso tudo no fundo, na frente seria eu, minha namorada, um aparelho e uma espinha enorme no meu nariz. O retrato do hoje seria multifacetado, de um lado jaleco, estetoscópio e um livro, e do outro, uma mulher, uma cama, uma moto, uma ferrari e um bilhão de dólares guardados em malas espalhadas pelo chão da sala. E daí? Qual o problema? O quadro é meu e eu pinto ele do jeito que eu quiser.

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