terça-feira, 9 de junho de 2009

Rendez-vous

A rebeldia dá de caras com a burocracia em um shopping center e começam a conversar. A rebeldia chegou de cabelos longos, um discurso idealista e antigas reclamações. A burocracia com seu terno preto nem a ouviu, logo entregou um monte de formulários há serem assinados. A rebeldia tinha a razão, a burocracia o poder, dois pesos de medidas bastante distintas. A rebeldia era jovem, ingênua, mas correta, justa. A burocracia por outro lado é um senhor de cabelos brancos, homem barbado, que já conhece o funcionamento das coisas e das pessoas. A fala da rebeldia era entusiasta, otimista, demonstrava muita lógica. A burocracia ouviu-a com muita atenção e pediu que procurasse sua grande amiga, a demagogia, em uma reunião no dia seguinte. Até hoje a demagogia jura procurar a melhor solução para todos os lados enquanto os papéis rodam nos trâmites da burocracia. A rebeldia sozinha, espera pacientemente, mas a cada dia que passa, brada menos, fala menos, acredita menos. A rebeldia até cortou o cabelo, tirou o brinco, e hoje flerta com a praticidade.

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