segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mãe

Odeio generalizar, mas TODO MUNDO, já foi colocado diante daquela mesma situação. Um lápis na mão, uma folha chamex A4 cortada na metade, com borda de rosas do clip art e um título na fonte Lucida Console que dizia. A minha mãe é... Muitos padrões foram estabelecidos desde então. A velha brincadeira de imprimir adjetivos as letras do nome (ANA virava, Amorosa; iNteligente; Angelical) Esse angelical era demais, ninguém sabia muito bem o que significava, mas soava bem. Soava como um grande elogio. Alguns modestos iniciavam seus textos assim, minha mãe é muito especial pra mim porque ela me pôs no mundo. Sim, tudo bem amigo, sua mãe então é uma fêmea, que nasceu com a missão de dar a luz ao escolhido (Neo?). Alguns parcialmente honestos, diziam: “... ela as vezes briga comigo, mas ela é a coisa mais importante da minha vida”. E no dia dos pais, estas mesmas pessoas escreviam “... ele chama minha atenção, mas é a coisa mais importante da minha vida”. Eu me recordo também, de algumas tentativas esdrúxulas que tive, uma espécie de poesia, com rimas forçadas no infinitivo (... quando eu crescER, espero sER... para podER) e me lembro também da última vez que recebi esta escalafobética missão, já era ensino médio, eu não esperava por aquilo, mas sim... A velha e boa frase “A minha mãe é...” e algumas linhas em branco surgiam novamente. Desta vez eu me recordo que não escrevi nada e justifiquei ao professor que preferia dizer ao vivo o que sentia por minha mãe. Um absurdo! Recebi na hora um olhar inquisidor que dizia QUE FEIO! Não ama sua mãe? Shame on you! Confesso que em parcela era preguiça. Mas uma preguiça por estar fazendo algo IMPOSTO (É hora de amar as mães! Todo mundo 30 linhas!) e muito provavelmente de péssima qualidade, algo que eu só poderia mostrar mesmo para a minha mãe, porque só ela iria gostar. Isso tudo faz parte da idéia da escola formar um cidadão. Que ama a mãe. E o pai, mas mais a mãe que o pai. Mas de qualquer maneira, me restava àquela pulga atrás da orelha por saber que por mais que nunca seja suficiente, qualquer palavra, qualquer gesto, pra poder recompensar uma mãe, algumas atitudes, cabem, e expressam uma parte de um todo que existe, mas que é demasiado complexo a ponto de ser decifrado, descrito, impresso. No fundo, a mãe sabe, e o filho sabe que ela sabe, e então por isso às vezes ele cala, talvez, um pouco de vergonha de dizer, porque ela faz tanto e a gente tão pouco, o embaraço. Um pouco por não saber o que dizer, por onde começar. Hoje eu gostaria então de pedir licença, para poder dizê-lo. Não tudo, nem como eu gostaria, mas como eu posso. Desculpem-me se acaso for tão ruim a ponto de apenas o amor materno poder apreciar, mas esse é o intuito. Luciana Gomes de Andrade Milazzo. Eu te amo muito, você é a coisa mais importante do mundo pra mim! Me desculpa por todo o trabalho, por todo mal que possa ter te causado e obrigado por tudo que você fez e faz pra mim. É pessoal, eu tentei, escrevi, apaguei e reescrevi, mas no fundo, quando se trata da nossa mãe, o texto sempre vai se tratar de uma hipérbole amorosa, porque é exatamente assim que nos sentimos. Alguns mais agraciados fazem canções, versos lindos. Mas que dizem em suma, exatamente a mesma coisa que eles diriam se fossem crianças, porque crianças são quando estão com a mãe. Ainda pedem bença, levam problemas impossíveis de serem resolvidos (A não ser pela mãe, que sempre consegue), choram, pedem carinho e muito pouco dão em troca. Hoje não é dia das mães, mas ela merece! E eu não estou querendo dinheiro, antes que você me pergunte mãe.

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